IMPACTOS DA INFECÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS NO TRANSPLANTADO RENAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-097Palavras-chave:
Infecções por Citomegalovírus, Transplante de Rim, Unidades de Terapia Intensiva, Complicações Pós-OperatóriasResumo
Introdução: O transplante de rim é amplamente praticado no mundo todo. Embora geralmente tenham resultados positivos, os transplantes renais exigem o uso prolongado de medicamentos imunossupressores, que podem causar efeitos adversos e aumentar o risco de complicações infecciosas. Uma das principais complicações é causada pelo citomegalovírus (CMV). Esta condição pode se apresentar como primo-infecção, quando a transmissão ocorre através do enxerto, ou como reativação, quando o receptor é soropositivo. Clinicamente, a infecção pode ser assintomática ou apresentar-se como doença, manifestando-se como síndrome viral típica ou, menos comumente, doença invasiva. Para detectar o vírus, é necessário realizar um exame de viremia, que pode ser feito por antigenemia ou PCR, sendo este último mais sensível. Fatores de risco incluem compatibilidade sorológica e uso de anticorpos anti-linfócito. Pacientes de alto risco podem receber tratamento preemptivo, que consiste na administração de medicamentos após a detecção do vírus, mas antes dos sintomas, ou profilaxia, que é a administração preventiva de medicamentos para evitar a infecção. Estudos recentes apontam a resistência ao ganciclovir como uma preocupação crescente. Alternativas incluem valganciclovir, foscarnet ou cidofovir. Técnicas avançadas de monitoramento do sistema imunológico, como a identificação de clones de células T específicas contra o CMV, podem melhorar o manejo pós-transplante em pacientes de alto risco. Objetivo: Apresentar um caso clínico de uma paciente jovem, do sexo feminino com histórico de transplante simultâneo rim-pâncreas em outubro de 2023, que desenvolveu doença invasiva por citomegalovírus. Apresentar uma análise dos principais aspectos clínicos da infecção por CMV durante um transplante renal, apontando seus fatores de predisposição e avaliando como esta condição influencia a progressão clínica. Sendo o enfoque principal a abordagem em terapia intensiva e suas perspectivas. Métodos: As informações foram coletadas por meio de revisão de prontuário, entrevista com a paciente, registro dos métodos diagnósticos aos quais a paciente foi submetida e a revisão narrativa de literatura por diversas bases de dados. Conclusão: É essencial que o intensivista considere a possibilidade de infecção por CMV em pacientes transplantados renais que apresentem sinais clínicos sugestivos. Existem medidas rigorosas para diminuir o risco de doença em pacientes de alto risco após o transplante. O acompanhamento adequado é crucial para minimizar o risco de complicações e morbimortalidade. Em alguns casos, pode ser necessária a terapia empírica devido à gravidade potencial do quadro.
Downloads
Referências
1. World Health Organization (WHO). Transplantation: Human organ transplantation. 2014. Disponível em: <http://www.who.int/transplantation/organ/en/> Acesso em: 15 out. 014
2. Kasiske BL, Zeier MG, Chapman JR, Craig JC, Ekberg H, Garvey CA, Green MD, Jha V, Josephson MA, Kiberd BA, Kreis HA, McDonald RA, Newmann JM, Obrador GT, Vincenti FG, Cheung M, Earley A, Raman G, Abariga S, Wagner M, Balk EM; Kidney Disease: Improving Global Outcomes. Clinical practice guideline for the care of kidney transplant recipients: a summary. Kidney International. 2010;77(4):299-311.
3. Davi-Neto E, Triboni AH, Paula FJ, Vilas Boas LS, Machado CM, Agena F, et al. A double-blinded, prospective study to define antigenemia and quantitative real-time polymerase chain reaction cutoffs to start preemptive therapy in low-risk, seropositive, renal transplanted recipients. Transplantation. 2014;98(10):1077-81.
4. Cordero E, Casasola C, Ecarma R, Danguilan R. Cytomegalovirus disease in kidney transplant recipients: incidence, clinical profile, and risk factors. Transplant Proc. 2012;44(3):694-700.
5. Coli Pinto CH, Sandes-Freitas TV, Tedesco-Silva H, Medina-Pestana JO, Felipe CR. História natural de infecção e doença por citomegalovírus (CMV) entre receptores de transplante renal. Braz J Nephrol. 2014;36(3 Suppl 1):53-71.
6. De Keyzer K, Van Laecke S, Peeters P, Vanholder R. Human cytomegalovirus and kidney transplantation: a clinician’s update. American journal of kidney diseases: the official journal of the Na- tional Kidney Foundation. 2011;58(1):118-26. DOI: http://dx.doi. org/10.1053/j.ajkd.2011.04.010
7. Kotton CN, Kumar D, Caliendo AM, Asberg A, Chou S, Danziger- -Isakov L, et al. Updated international consensus guidelines on the management of cytomegalovirus in solid-organ transplantation. Transplantation. 2013;96(4):333-60. PMID: 23896556 DOI: http://dx.doi.org/10.1097/TP.0b013e31829df29d
8. Kuo HT, Ye X, Sampaio MS, Reddy P, Bunnapradist S. Cytomegalovirus serostatus pairing and deceased donor kidney transplant outcomes in adult recipients with antiviral prophylaxis. Transplantation. 2010;90(10):1091-8.
9. Asberg A, Jardine AG, Bignamini AA, Rollag H, Pescovitz MD, Gahlemann CC, Humar A, Hartmann A; VICTOR Study Group. Effects of the Intensity of Immunosuppressive Therapy on Outcome of Treatment for CMV Disease in Organ Transplant Recipients. Am J Transplant. 2010;10(8):1881-8.
10. Davi-Neto E, Triboni AH, Paula FJ, Vilas Boas LS, Machado CM, Agena F, et al. A double-blinded, prospective study to define antigenemia and quantitative real-time polymerase chain reaction cutoffs to start preemptive therapy in low-risk, seropositive, renal transplanted recipients. Transplantation. 2014;98(10):1077-81.
11. Momin N, Telisinghe PU, Chong VH. Cytomegalovirus colitis in immunocompetent patients. Singapore Med J. 2011;52(9):e170-
12. Ono G. Guia de condutas em infecção e doença por citomegalovírus em transplante de rim e rim/pâncreas 2010. São Paulo: Escola Paulista de Medicina; 2010
13. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). CKD Work Group. KDIGO 2012 Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney Int (Suppl). 2012; 2 Suppl 1:S19-36
14. Rhee JY, Peck KR, Lee NY, Song JH. Clinical usefulness of plasma quantitative polymerase chain reaction assay: diagnosis of cytomegalovirus infection in kidney transplant recipients. Transplant Proc. 2011;43(7):2624-9.
15. Kotton CN, Kumar D, Caliendo AM, Asberg A, Chou S, Danziger- -Isakov L, et al. Updated international consensus guidelines on the management of cytomegalovirus in solid-organ transplantation. Transplantation. 2013;96(4):333-60. PMID: 23896556 DOI: http://dx.doi.org/10.1097/TP.0b013e31829df29d
16. Felipe C, Ferreira AN, Bessa A, et al. The current burden of cytomegalovirus infection in kidney transplant recipients receiving no pharmacological prophylaxis. J Bras Nefrol. 2017;39(4):413-423.
17. Myhre HA, Dorenberg DH, Kristiansen KI, Rollag H, Leivestad T, Asberg A, et al. Incidence and outcomes of ganciclovir-resistant cytomegalovirus infections in 1244 kidney transplant recipients. Transplantation. 2011;92(2):217-23.