MÍDIAS JAPONESAS: UM PROCESSO TRANSCULTURAL E IDENTITÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-011Palavras-chave:
Cultura, Processos Transculturais, Mídia, Japão, BrasilResumo
Este trabalho aborda os processos culturais promovidos pela disseminação das mídias japonesas no Brasil e o fenômeno do surgimento dos otakus (termo usado no Japão e outros países para designar os fãs de animes e mangás) na Amazônia amapaense. Trata-se de estudo no campo dos Estudos Culturais, no qual partimos do conceito de cultura de Williams (1992); cultura pop japonesa com Barral (2000) e Luyten (2000), e quanto ao fator transcultural encontramos a base em Fernando Ortiz e Rama (2007), Hall (2003), Woodward (2000), Brend (2003), Canclini (2013), que são usados para descrever e trabalhar sobre conceitos de identidade, representação e hibridização. A metodologia utilizada na pesquisa é o estudo de caso, conjugando pesquisa bibliográfica, bem como análise de conteúdo das mídias selecionadas. Neste artigo, reportamos a revisão de literatura resultante da pesquisa bibliográfica sobre as relações culturais entre Japão e Brasil, os processos de transculturação e identitários identificados no fenômeno estudado. Esta primeira aproximação, permite perceber que a identidade otaku constituiu-se, no Brasil, a partir do consumo das mídias digitais japonesas, que possuem expressiva influência na esfera global, conseguindo cada vez mais adeptos dessa identidade, mediante a reprodução significativa dos hábitos culturais japoneses. Os resultados preliminares apontam para os processos de transculturação, devido a consolidação e reconfiguração da presença cultural japonesa no Brasil, como principal responsável pela constituição de um novo processo identitário a partir do uso intensivo da mídia japonesa.
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