PENSAMENTO COMPUTACIONAL NO ENSINO MÉDIO: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-228Palavras-chave:
Redes Neurais Artificiais, Modelagem Matemática, Pensamento Computacional, Ensino Médio, Perceptron de Camada Única, Programação na Linguagem PythonResumo
Este trabalho visa a integração da modelagem matemática (MM) e das redes neurais artificiais (RNA) no ensino médio (EM) com o objetivo da promoção do pensamento computacional (PCO). A proposta de ensino foi aplicada em uma turma do 3º ano de uma escola pública de tempo integral, por meio de uma sequência didática envolvendo onze aulas. Nestas aulas, os alunos exploraram conceitos de RNA, vinculados ao conteúdo matemático e alinhados às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Utilizou-se uma metodologia mista, que combinou abordagens qualitativas e quantitativas; questionários iniciais avaliaram o conhecimento prévio e o interesse dos estudantes, enquanto atividades práticas e discussões interativas, como comparações entre neurônios biológicos e artificiais e o uso de programação no Google Colab, enriqueceram a experiência de aprendizado. A linguagem de programação Python facilitou a aplicação dos conceitos de RNA, como funções de ativação, ajuste de pesos e reconhecimento de padrões. Observou-se o desenvolvimento do PCO, especialmente nas habilidades de decomposição e abstração à medida que os alunos acompanhavam a aplicação de algoritmos simples para a estruturação de problemas matemáticos e computacionais. Embora houvesse inicialmente receio quanto ao uso de funções na composição de RNA, os estudantes acabaram compreendendo a simplicidade lógica desses conceitos, o que aumentou o engajamento nas atividades práticas. Conclui-se que a sequência didática foi eficaz em introduzir os alunos ao campo das RNA, promovendo conexões entre conceitos matemáticos e tecnológicos e despertando o interesse pelo mundo da programação e suas aplicações na resolução de problemas contextualizados. Com o devido ajuste no tempo de cada etapa e um foco maior em atividades práticas, essa abordagem tem grande potencial para aproximar os estudantes das novas tecnologias e fortalecer o desenvolvimento do PCO.
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