LEIOMIOMA DE ESÔFAGO EM PACIENTE IDOSO COM RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA: UM RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-089Palavras-chave:
Leiomioma Esofágico, Ressecção Endoscópica, Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST)Resumo
Apresentação do Caso: Paciente A.M.F., sexo masculino, 79 anos, assintomático. Paciente procurou atendimento para investigação de infecção do trato urinário. Foi realizada tomografia computadorizada de abdome em que foi observada lesão próxima a região esofágica promovendo suspeita de GIST (Tumor Estromal Gastrointestinal). Solicitada endoscopia digestiva alta e Ressonância Magnética de Abdome Superior. Endoscopia apresentava abaulamento mal definido na altura de esôfago distal se estendendo para região de cárdia. Ressonância apresentava lesão intramural comprometendo o esôfago distal e cárdia gástrica podendo ser considerada hipótese de GIST. Solicitado Ecoendoscopia alta, para a avaliação da lesão peri-esofágica, e punções aspirativas para realização de biópsia. Realizado estudo imuno-histoquímico e comprovado diagnóstico de leiomioma. Paciente foi submetido para ressecção endoscópica do tumor, realizada com sucesso. Paciente evoluiu bem. Discussão: O leiomioma esofágico, embora seja o tumor benigno mais frequente do esôfago, é raro e geralmente assintomático, sendo muitas vezes diagnosticado de forma incidental. Seu principal diagnóstico diferencial é o tumor estromal gastrointestinal (GIST), devido à semelhança nas características radiológicas e endoscópicas. No presente caso, a suspeita inicial de GIST foi descartada após ecoendoscopia com punção aspirativa e estudo imuno-histoquímico, que confirmaram o diagnóstico de leiomioma. A ressecção endoscópica é considerada uma opção segura e eficaz para tumores pequenos e bem delimitados, oferecendo menor morbidade e recuperação mais rápida em comparação às técnicas cirúrgicas tradicionais. Este caso reforça a importância de uma abordagem diagnóstica multimodal para lesões subepiteliais, garantindo tratamento adequado e melhor prognóstico. Comentários Finais: o diagnóstico de leiomioma esofágico é dificultado devido à ausência de sintomas ou à presença de sintomas inespecíficos em alguns pacientes, sendo geralmente detectado de maneira acidental durante exames de rotina. A toracotomia aberta é o tratamento padrão, sendo realizada a enucleação ou a ressecção esofágica, a depender da localização e tamanho do tumor, presença de metástase e grau de invasão da mucosa. Ademais, tratamentos menos invasivos também têm se mostrado eficazes em virtude da redução de complicações pós-operatórias e do tempo de internação hospitalar promovidos por eles. Conclui-se, portanto, que a realização de exames de rotina é essencial para a detecção do tumor e para seu tratamento cirúrgico.
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Referências
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