TRABALHO E CONHECIMENTO: UMA ANÁLISE NA OBRA ROBINSON CRUSOÉ, DE DANIEL DEFOE, SOB A ÓTICA DA ONTOLOGIA MARXIANA-LUKCASIANA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-076Palavras-chave:
Trabalho, Práxis, ConhecimentoResumo
O presente artigo analisa a obra Robinson Crusoé, publicada em 1719 por Daniel Defoe, para compreender uma visão do ser social com a natureza objetivada, conceito desenvolvido por Lukács baseado nos escritos marxianos, para associar as interferências realizadas pelo ser humano na natureza por meio do trabalho, categoria fundante do ser social, e da práxis social, esta que determina e é determinada dialeticamente no constante processo de afastamento de nossas barreiras naturais. Metodologicamente é um estudo exploratório, teórico-bobliográfico, fundamentado na ontologia marxiana-lukacsiana, em que utilizamos recortes do romance Robinson Crusoé, além de indicarmos a leitura da obra em sua integridade pelo deleite e pelo valor literário que possui. As categorias perscrutadas são: trabalho, práxis e conhecimento. Os resultados apontam que essa perspectiva, busca compreender a imanência do ser social, que é sua carência por mudanças para atender suas necessidades dadas e postas e a importância do complexo do conhecimento nesse processo de transformação e objetivação na perspectiva do materialismo histórico-dialético. As considerações esclarecem que trabalho, práxis e conhecimento são categorias que exigem um estudo profundo sob a ótica marxiana-lukacsiana e que é possível identificá-las na referida obra literária mesmo nos limites inferidos.
Downloads
Referências
BACON, Francis. Nova Atlântida. São Paulo: Abril Cultura, 1978.
BERGSON, Henri. A Evolução criadora. Trad. de Nathanael Caxeiro. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
CAMPANELLA Tommaso. A Cidade do Sol. São Paulo: Abril Cultura, 1978.
DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018.
ENGELS, Friedrich. O papel do trabalho na transformação do macaco em homem. 4ª ed. São Paulo. Global editora,1990. DOI: https://doi.org/10.22409/tn.4i4.p4603
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 2. ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1976.
KOVAL, Martín Ignacio e LENGA, Jesica. Lukács y las robinsonadas del siglo XVIII: la laboriosidad como atributo de la burguesía triunfante. Revista: Cerrados. Dossiê “marx: arte, literatura e práxis”, Brasília. e’d. 24 dez. 2018. DOI: https://doi.org/10.26512/cerrados.v27i47.19676
LESSA, Sérgio. Mundo dos homens: trabalho e ser social. 3. ed. São Paulo: Instituto Lukács, 2012.
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril Cultura, 1978.
LUKÁCS, Georg. Para uma ontologia do ser social II. Trad. Nélio Schneider, Ivo Tonet e Ronaldo Vielmi Fontes. São Paulo: Boitempo, 2013.
LUKÁCS, György. Para uma ontologia do ser social. Vol.14. Maceió: Coletivo Veredas, 2018.
MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2011.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.
MARX, Karl. O capital: Crítica da economia política. Livro 1. São Paulo: Boitempo, 2017.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Editora Martin Claret, 2010.
MONTAIGNE, Michel. Ensaios. São Paulo: Abril Cultura, 1980.
MORE, Thomas. A Utopia. São Paulo: Abril Cultura, 1979.
SOUSA JR. Justino de. Práxis, ontologia e formação humana. Lisboa, Lisbon International Press, 2021.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da Práxis. 2ed. Rio de Janeiro, Paz e terra, 1977.