MANEJO CIRÚRGICO DA HÉRNIA INCISIONAL ESTRANGULADA - RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-120Palavras-chave:
Hérnia Incisional, Hernioplastia, Diástase AbdominalResumo
Apresentação do Caso: A hérnia estrangulada caracteriza-se pelo aprisionamento do conteúdo herniário, o que resulta em obstrução intestinal e comprometimento do fluxo sanguíneo local. Quando não tratada prontamente, pode evoluir para isquemia, necrose tecidual e, em casos mais graves, sepse. Nessas situações, a intervenção cirúrgica de emergência é imprescindível, visando reparar o conteúdo estrangulado, ou através da correção do fluxo ou ressecção do órgão se houver necrose. Neste relato, a paciente do sexo feminino, 47 anos, foi admitida na Santa Casa, com dor abdominal difusa, abaulamento em região abdominal em região de cicatriz cirúrgica prévia. Foi indicada Ultrassonografia da parede abdominal que revelou diástase significativa da aponeurose do músculo reto abdominal, associada à protrusão herniária volumosa através da margem superior da malha de contenção anterior (tela), contendo alça intestinal e omento, com sinais de sofrimento de alça. Foi indicada cirurgia de urgência, com redução do conteúdo herniário, sem necessidade de ressecção alça herniorrafia incisional, sem intercorrências, recebeu dieta no 2° dia e alta no 3° dia de pós-operatório. Introdução: As hérnias incisionais são complicações frequentes após cirurgias abdominais, decorrentes principalmente de falhas na cicatrização da fáscia, com incidência de até 20%. Inicialmente assintomáticas, podem evoluir para dor e complicações graves, como encarceramento e estrangulamento, configurando urgência cirúrgica. Sua ocorrência está associada a fatores de risco como idade avançada, obesidade, doenças crônicas e infecção da ferida. O tratamento padrão é a correção cirúrgica com telas sintéticas, especialmente de polipropileno, recomendadas inclusive profilaticamente em pacientes de alto risco para reduzir recorrência e melhorar o prognóstico. Discussão: As hérnias incisionais correspondem a um alto nível de complicações pós operatórias, sendo que, aproximadamente, 6 a 15% delas encarceram e 2 a 4% estrangulam, dessas últimas 15 a 30% causam isquemia de alça com necessidade de ressecção e 10 a 20% não precisam ressecar. Sua ocorrência está associada a fatores de risco como idade avançada, obesidade, doenças crônicas e infecção da ferida, sendo que o diagnóstico pode ser desafiador em pacientes obesos, exigindo exames de imagem. Comentários finais: O tratamento das hérnias incisionais depende de diagnóstico precoce e correção cirúrgica adequada para evitar complicações graves. A escolha da técnica e do material deve considerar o tamanho do defeito e as condições clínicas do paciente. Telas de polipropileno destacam-se como opção segura, eficaz e de baixo custo, especialmente quando associadas a planejamento pré-operatório detalhado.
Downloads
Referências
1. FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. E-book. p.761. ISBN 9788527738378. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527738378/. Acesso em: 18 mai. 2025.
2. DEERENBERG, E. B. et al. A systematic review of the surgical treatment of large incisional hernia. Hernia, v. 19, p. 89-101, 2015. DOI: https://doi.org/10.1007/s10029-014-1321-x
3. HALM, JA, Lip, H., Schmitz, PI et al. Hérnia incisional após cirurgia abdominal superior: um ensaio clínico randomizado e controlado de incisão mediana versus incisão transversal. Hérnia 13 , 275–280 (2009).
4. FONSECA, Kennedy Santos et al. Relato de caso: utilização da técnica de Lazáro da Silva modificada na correção de hérnia incisional volumosa Case report: use of the modified Lazáro da Silva technique in the correction of a voluminous incisional hernia. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 2, p. 7558-7561, 2022. DOI: https://doi.org/10.34119/bjhrv5n2-312
5. DE SOUZA, André Vinícius Pereira et al. Fechamento de parede abdominal na presença de hérnia incisional: revisão integrativa sobre técnicas e materiais de sutura. Contribuciones a las Ciencias Sociales, v. 18, n. 2, p. 11, 2025. DOI: https://doi.org/10.55905/revconv.18n.2-011
6. CAGLIÀ, Pietro et al. Incisional hernia in the elderly: risk factors and clinical considerations. International journal of surgery, v. 12, p. S164-S169, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2014.08.357
7. BELTRÁN, Marcelo A. Hérnia incisional gigante complicada. Consecuencias de una evolución prolongada. Revista Hispanoamericana de Hérnia, v. 1, n. 1, p. 44-48, 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/S2255-2677(13)70008-2
8. BECK, M.; PÉLISSIER, E.; NGO, P. Tratamiento de las hernias inguinales estranguladas. EMC-Técnicas Quirúrgicas-Aparato Digestivo, v. 32, n. 1, p. 1-9, 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/S1282-9129(16)76052-1
9. MILLIKAN, Keith W. Incisional hernia repair. Surgical Clinics, v. 83, n. 5, p. 1223-1234, 2003. DOI: https://doi.org/10.1016/S0039-6109(03)00129-4
10. KINGSNORTH, Andrew; LEBLANC, Karl. Hernias: inguinal and incisional. The Lancet, v. 362, n. 9395, p. 1561-1571, 2003. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(03)14746-0
11. LIMA, José Moreira. Tratamento cirúrgico das hérnias incisionais: experiência pessoal usando a malha de polipropileno monofilamentar-márlex. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 29, p. 78-82, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-69912002000200004
12. MARKOVIC, Aleksandra; BARREIRA, Márcio Alencar; DE MACEDO GOES, Annya Costa Araújo. Hérnia Incisional: proposta de um fluxograma que oriente o tratamento. Journal of Health & Biological Sciences, v. 4, n. 4, p. 257-264, 2016. DOI: https://doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v4i4.998.p257-264.2016
13. RAMOS, Fernanda Zandavalli et al. Perfil epidemiológico de pacientes com hérnia incisional. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 20, p. 230-233, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-67202007000400003
14. PERES, Marco Antonio de Oliveira; AGUIAR, Herberti Rosique; ANDREOLLO, Nelson Adami. Tratamento cirúrgico da hérnia incisional subcostal com tela de polipropileno-análise de resultados tardios. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 41, p. 082-086, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-69912014000200002
15. LAMBER, Bárbara et al. Pode a tela de poliéster coberta com colágeno diminuir as taxas de aderências intraperitoneais na correção de hérnia incisional?. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 26, p. 13-17, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-67202013000100004
16. PUNDEK, Marcia Regina Zanello et al. Estudo das telas cirúrgicas de polipropileno/poliglecaprone e de polipropileno/polidioxanona/celulose oxidada regenerada na cicatrização de defeito produzido na parede abdominal de ratos. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 23, p. 94-99, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-67202010000200007
17. MILANO, Antonia Indelicato et al. Hérnia Inguinal: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health and Biological Science, v. 1, n. 1, p. e18-e18, 2024.
18. 1. Claus CMP, Oliveira FMM de, Furtado ML, Azevedo MA, Roll S, Soares G, et al. Orientações da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH) para o manejo das hérnias inguinocrurais em adultos. Rev Col Bras Cir [Internet]. 2019;46(4): e 20192226. Available from: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20192226 DOI: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20192226
19. Rodrigues VM, de Freitas AC, Kretli JS, Filho O da FB, de Britto LEG, Costa LV, dos Santos MEI, Souza RB. HÉRNIAS: MANEJO E CONDUTA NA ATUALIDADE. OWL [Internet]. 16º de novembro de 2023 [citado 31º de agosto de 2025];1(3):316-31. Disponível em: https://www.revistaowl.com.br/index.php/owl/article/view/106
20. Alam A, Nice C, Uberoi R. The accuracy of ultrasound in the diagnosis of clinically occult groin hernias in adults. Eur Radiol. 2005 Dec;15(12):2457-61. doi: 10.1007/s00330-005-2825-7. Epub 2005 Jun 29. PMID: 15986204. DOI: https://doi.org/10.1007/s00330-005-2825-7
21. Burger, Jacobus W.A. MD*; Luijendijk, Roland W. PhD†; Hop, Wim C.J. PhD‡; Halm, Jens A. MD*; Verdaasdonk, Emiel G.G. MD*; Jeekel, Johannes PhD*. Long-term Follow-up of a Randomized Controlled Trial of Suture Versus Mesh Repair of Incisional Hernia. Annals of Surgery 240(4):p 578-585, October 2004. | DOI: 10.1097/01.sla.0000141193.08524.e7 DOI: https://doi.org/10.1097/01.sla.0000141193.08524.e7