COMUNIDADE DE PARCEIROS DAS CULTURAS JUVENIS E DAS INFÂNCIAS: CONSTRUINDO NOVAS NARRATIVAS, OCUPANDO ESPAÇOS DO TERRITÓRIO E MUDANDO UMA HISTÓRIA DE RENDIÇÃO DE CORPOS E CERCEAMENTOS

Resumo

Este artigo discute e socializa questões que envolvem as culturas juvenis e das infâncias e, no entrelaçamento das duas, uma arte engajada atua de modo a ocupar os espaços no lugar e mudar uma história de rendição de corpos e cerceamentos vividos no bairro do Gesso, no Crato, Cariri cearense. Trata-se de trazer à cena maior do texto o percurso vivido por uma comunidade de parceiros desde suas infâncias e juventudes, aglutinados pelo Grupo Camaradas, que efetivaram enfrentamentos no território referido, onde se vivenciava a conflitualidade de um local de prostituições, também depósito de gipsita. Assim, a atuação das culturas juvenis e das infâncias lograram intervir nos espaços e modificando narrativas no e sobre o lugar. Nele, novas parcerias de cunho estético-expressivas, oportunizaram também mediante a arte uma intervenção na cena pública. Cria-se, nesse contexto, o conceito de comunidade de parceiros das culturas juvenis e das infâncias, a envolver uma parceria que ultrapassa as faixas etárias e atua conjuntamente em ações culturais, visando também interferência político-estética. Os companheiros jovens e os infantes compartilham, pois, movimentos artísticos, a acontecer sistematicamente, articulando grupos e instituições, no bairro e na cidade, junto às escolas públicas e com outros segmentos artísticos partícipes das manifestações culturais no território. Ressalta-se o papel de Alexandre Lucas, principal animador e criador do Grupo Camaradas, e também do Território Criativo do Gesso e do Território da Palavra, que dentre uma diversidade de ações mobilizam crianças nas ruas e praças, com Rodas de Conversa e Saraus Literários, dentre outras atividades que se desdobram e vão dar alento ao Poste Poesia – modalidade de arte literária, que junto a recorte e colagem cria uma imagética colocada nos postes de iluminação das ruas, emblemática da atuação parceira referida.