GOVERNANÇA COLABORATIVA PELA ÓTICA DA HÉLICE QUÁDRUPLA: UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO EM REDES DE COOPERAÇÃO INTERORGANIZACIONAL ENTRE A MOURATECH E O IFPE CAMPUS BELO JARDIM
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n9-035Palavras-chave:
Governança Colaborativa, Hélice Quádrupla, Redes de Cooperação InterorganizacionalResumo
Este trabalho analisa a aplicação da Governança Colaborativa em redes de cooperação interorganizacional, articulada ao modelo da Hélice Quádrupla, que envolve governo, universidade, empresa e sociedade. O estudo tem como foco a parceria entre o IFPE – Campus Belo Jardim e o Grupo Moura, por meio do programa MouraTech. A iniciativa busca promover um ambiente favorável à inovação, rompendo com paradigmas tradicionais de gestão pública e estimulando práticas inovadoras no ensino e na produção. A atuação conjunta dessas instituições possibilitou a criação de laboratórios voltados à tecnologia da informação e à análise de processos produtivos, beneficiando os estudantes com bolsas e novas oportunidades de aprendizagem além do ambiente acadêmico. A pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, foi conduzida por meio de estudo de caso, utilizando questionários com servidores do IFPE e entrevistas com colaboradores da MouraTech. Os resultados evidenciam que o Acordo de Cooperação Técnica tem gerado impactos significativos para ambas as instituições. O IFPE fortaleceu seu papel no desenvolvimento regional, enquanto a MouraTech passou a contar com uma força de trabalho mais qualificada. A inserção do modelo da Hélice Quádrupla favoreceu a integração entre os diferentes atores sociais, intensificando a troca de conhecimento, o trabalho conjunto e o surgimento de soluções inovadoras e sustentáveis. Essa colaboração fortalece políticas públicas e contribui para a formação de comunidades mais preparadas para os desafios contemporâneos.
Downloads
Referências
ABAD, Thais Maques; ABAD, Alberto. Análise de conteúdo na pesquisa qualitativa. Alternativas Cubanas en Psicología. v. 10, n. 28, p. 24-32, 2020.
ADNER, Ron. Match Your Innovation Strategy to Your Innovation Ecosystem. Harvard Business Review, v. 84, n. 4, p. 98–107, 2006.
AGUSTINHO, Eduardo Oliveira; GARCIA, Evelin Naiara. Inovação, transferência de tecnologia e cooperação. Revista Direito e Desenvolvimento. v. 9, n. 1, p. 223-239, 2018.
ALAVI, Maryam; TIWANA, Amrit. (2002) Knowledge Integration in Virtual Teams: The Potential Role of KMS. Journal of the American Society for Information Science & Technology. n. 53, p. 1029-1037, 2002.
AMATUCCI, Marcos. Perfil do administrador brasileiro para o século XXI: um enfoque metodológico. 2000. Tese (Doutorado em Administração de Recursos Humanos) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. doi:10.11606/T.12.2000.tde-08112010-174044. Acesso em: 2025-07-10.
ATTOUR, Amel; LAZARIC, Nathalie. From knowledge to business ecosystems: emergence of an entrepreneurial activity during knowledge replication. Small Business Economics. v. 54, p. 575–587, 2020.
AXELROD, Robert. A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora, 2010.
BACON, Eleanor; WILLIAMS, Mark. D.; DAVIES, Graham. H. Recipes for success: conditions for knowledge transfer across open innovation ecosystems. International Journal of Information Management, v. 49, p. 377-387, 2019.
BARDIN, Laurence. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
BAUER, Martin. W. Análise de conteúdo clássica: uma revisão. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático, 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 189-217.
BUTA, Bernardo Oliveira; TEIXEIRA, Marco Antonio Carvalho. Governança pública em três dimensões: conceitual, mensural e democrática. Organizações & Sociedade, n. 94, p. 370-395, 2020.
CARAYANNIS, Elias Georgios & CAMPBELL, David Friedrich James. Mode 3 and Quadruple Helix: toward a 21st century fractal innovation ecosystem. Journal Technology Management, v. 46, n.3/4, p. 201–234, 2009.
CECCAGNOLI, Marco; et al. Cocreation of Value in a Platform Ecosystem: The Case of Enterprise Software. Administrative Science Quarterly, v. 36, n. 1, p. 263, 2012.
CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, J. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Editora Vozes, 2008.
CHESBROUG, Henry. Open innovation: the new imperative for creating and profiting from technology. Boston: Harvard Business School Press, p. 272, 2003.
CRESSWELL, John Ward; CRESSWELL, J. David. Projeto de pesquisa: abordagens de métodos qualitativos, quantitativos e mistos. Londres: SAGE Publicações, 2018.
CROPPER, Steve; et al. Handbook de relações interorganizacionais de Oxford. Porto Alegre: Bookman, 2014.
DENZIN, Norman Kent; LINCOLN, Yvonna Sessions. O planejamento da pesquisa qualitativa: teoria e abordagens. Porto Alegre: Bookman, 2006.
ETZKOWITZ, Henry; LEYDESDORFF, Loet. The dynamics of innovation: from national systems and “mode 2” to a triple helix of university-industry-government relations. Research Policy, v. 29, p. 109–123, 2000.
ETZKOWITZ, Henry; ZHOU, Chengzhou. Hélice Tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo. Estudos Avançados, v. 31, n. 90, p. 23-48, 2017.
FELDHAUS, Charles. A tensão entre autonomia política e segurança política no pensamento de Kant. Cadernos de Ética e Filosofia – USP, n. 20, p. 158-176, 2012.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. São Paulo: Artmed, 2009.
GILL, Andrej; HELLER, David; MICHEL, Nina. Enabling or accelerating? The timing of innovation and the different roles of venture capitalists. Research Policy, n. 8, p. 105060, 2024.
GODOY, Arilda Schmidt; BANDEIRA-de-MELO, Rodrigo; SILVA, Anielson Barbosa. Pesquisa qualitativa nas organizações: paradigmas estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006.
GOMES, Romeu. Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. Pesquisa social: teoria, método e criatividade, v. 26, p. 79-108, 2007.
GOMES, Leonardo Augusto de Vasconcelos; et al. Unpacking the innovation ecosystem construct: Evolution, gaps and trends. Technological Forecasting and Social Change, v. 136, p. 30–48, 2018.
GOULART, Sueli; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. Desenvolvimento e Organizações: As universidades como eixo de articulação entre o local e o global. Scielo, v. 15 n. 45, p. 91-106, 2020.
GRANSTRAND, Ove; HOLGERSSON, Marcus. Innovation ecosystems: A conceptual review and a new definition. Technovation, v. 90–91, p. 102098, 2020.
IFPE. Plano de Desenvolvimento Institucional 2022-2026. Recife: IFPE, 2022. Disponível em: https://portal.ifpe.edu.br/o-ifpe/desenvolvimento-institucional/pdi/. Acesso em: 16 maio 2024.
MATIAS-PEREIRA, José. Governança no setor público. São Paulo: Atlas, 2010.
MINAYO, Maria Cecília Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
MOREIRA, Daniel Augusto; QUEIROZ, Andréa Cristina Santos. Inovação organizacional e tecnológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
MOURATECH. Página inicial. Disponível em: https://mouratech.moura.com.br/. Acesso em: 5 jun. 2024.
MOZZATO, Anelise Rebelato; GRZYBOVSKI, Denise. Análise de Conteúdo como Técnica de Análise de Dados Qualitativos no Campo da Administração: Potencial e Desafios. Revista de Administração Contemporânea, n. 4, p. 731-747, 2011.
NASCIMENTO, Sandro de Freitas. Ecossistemas de inovação: nível de colaboração e transferência de conhecimento entre as instituições. Vitória: Edifes, 2023.
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. The knowledge creating company: how Japanese companies create the dynamics of innovation. Oxford: Oxford University Press, 1995.
POWELL, M.; WAFA, D.; MAU, Tânia A. Corruption in a global context: restoring public trust, integrity, and accountability. New York: Routledge, 2020.
POPPER, Karl. O mito do contexto: em defesa da ciência e da racionalidade. Lisboa: Edições 70, 1999.
POPPER, Karl. Lógica das ciências sociais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004.
SACCOL, Ana Zélia. Um retorno ao básico: compreendendo os paradigmas de pesquisa e sua aplicação na pesquisa em administração. Revista de Administração da UFSM, Santa Maria, n. 2, p. 250–269, 2009.
SCHILLING, Melissa A. Technology shocks, technological collaboration, and innovation outcomes. Organization Science, v. 26, n. 3, p. 668–686, 2015.
SCHMIDT, Sandra; BALESTRIN, Alfredo. Projetos colaborativos de P&D em ambientes de incubadoras e parques científico tecnológicos: teorizações do campo de estudo. Revista de Administração e Inovação, n. 2, p. 111–131, 2014.
SIEGEL, David et al. Entrepreneurial innovation: the importance of context. Research Policy, v. 43, n. 7, p. 1097–1108, 2014.
STORCHI CARLO, Débora. Joseph Schumpeter em Capitalismo, Socialismo e Democracia: um ensaio sobre suas contribuições ao desenvolvimento da teoria democrática. Desenvolvimento em Questão, n. 5, 2005.
WEBER, Barbara; HEIDENREICH, Stefan. When and with whom to cooperate? Investigating effects of cooperation stage and type on innovation capabilities and success. Long Range Planning, v. 51, p. 334–350, 2018.
XAVIER FILHO, José Lindenberg. Desempenho em redes de colaboração interorganizacional: um estudo no segmento de autopeças. 2011. 123 f. Dissertação (Mestrado em Administração e Controladoria) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
YIN, Robert. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
ZAPPELLINI, Mônica Bittencourt; FEUERSCHÜTTE, Sandra G. O uso da triangulação na pesquisa científica brasileira em administração. Administração: Ensino e Pesquisa, n. 2, p. 241–273, 2015.