AUTISMO E INOVAÇÃO PEDAGÓGICA: TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO MEDIADORAS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL

Resumo

A presença de estudantes autistas nos contextos escolares desafia concepções tradicionais de ensino e exige a reformulação dos modos de planejar, interagir e avaliar. Longe de recorrer a padronizações, o trabalho educativo que acolhe a neurodiversidade demanda repertórios sensíveis à singularidade dos percursos cognitivos e expressivos. No interior dessa complexidade, as tecnologias digitais deixam de ser apenas recursos didáticos complementares para assumirem a condição de mediadoras ativas do aprender, sobretudo quando favorecem a comunicação, a previsibilidade e a autoria. O interesse investigativo volta-se, assim, para a intersecção entre inovação pedagógica, escuta docente e acessibilidade digital. Frente aos impasses da escolarização convencional, convém refletir sobre as potências dos ambientes interativos e os deslocamentos que eles provocam nos modos de ensinar e aprender. O espaço escolar torna-se, então, território em disputa: entre o controle e a criação, entre a exclusão velada e a participação efetiva. A partir dessa premissa, o presente estudo tem como objetivo compreender como os processos educativos se articulam às lógicas da cultura digital, influenciando práticas de ensino, autoria discente e curadoria docente. A pesquisa bibliográfica, de viés qualitativo e crítico, foi conduzida com o objetivo de mapear e interpretar produções relevantes no campo temático, resguardando a originalidade da análise e a densidade interpretativa dos dados examinados.