DIREITO A ALIMENTAÇÃO ADEQUADA: O DIAGNÓSTICO DE (IN)SEGURANÇA ALIMENTAR EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n8-063Palavras-chave:
Alimentação, Direito, Insegurança Alimentar, Nordeste, UniversitáriosResumo
A segurança alimentar está condicionada ao direito a alimentação adequada e saudável e quando este direito é negado pela influência dos fatores socioeconômicos, instala-se um quadro de insegurança alimentar com grandes repercussões a saúde humana. Esta pesquisa buscou identificar a prevalência da (in)segurança em estudantes universitários de uma instituição pública, a partir de um estudo descritivo, transversal, autorizado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) com a utilização de formulário sociodemográfico e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, aplicados em outubro de 2023 a janeiro de 2024. Foi realizada a estatística descritiva e o teste qui-quadrado de Pearson. Dos 125 alunos participantes, 52,8% estavam em segurança alimentar (SA), e 47,2% com insegurança alimentar e nutricional (IA). As maiores ocorrência de SA foram nos cursos de nutrição 13,6% e sistema de informação 11,2%. A IA leve foi mais prevalente nos cursos de administração 10,4% e medicina 9,6%, principalmente no sexo feminino 47,4%, entre 18 a 28 anos 83%, pardos 57,7%, renda familiar menor que um salário mínimo 39% e pais com ensino médio completo, 38,9%. A alimentação no restaurante universitário e o auxílio estudantil, contribuem para a SA, embora as condições socioeconômicas dos pais, seja um fator decisivo na instalação da IA. Urge a necessidade da discussão sobre a (in)segurança alimentar no ambiente universitário, a fim de direcionar ações especificas para impedir a evasão escolar e a exclusão social, assim como essa discussão se estenda a agenda pública para o fortalecimento das políticas públicas de combate a IA.
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