AUTONOMIA E AVALIAÇÃO FORMATIVA: PAULO FREIRE E A CONSTRUÇÃO DE PROCESSOS AVALIATIVOS DIALÓGICOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-180Palavras-chave:
Avaliação Formativa, Paulo Freire, Autonomia, Educação DemocráticaResumo
O presente artigo discute a avaliação formativa sob a perspectiva da pedagogia freiriana, propondo uma abordagem centrada no diálogo, na escuta ativa e na promoção da autonomia dos estudantes. A avaliação, tal como historicamente estruturada nas instituições escolares, tem sido marcada por práticas classificatórias, punitivas e padronizadas, que pouco contribuem para o desenvolvimento integral dos sujeitos. Em contraposição, Paulo Freire propõe uma avaliação dialógica, orientada pelo respeito às trajetórias dos educandos e pelo compromisso ético com a formação crítica. A pesquisa, de natureza qualitativa e caráter teórico-argumentativo, fundamenta-se em obras de referência de Freire, como Pedagogia da Autonomia e Pedagogia do Oprimido, e em autores que discutem a avaliação em uma perspectiva formativa, como Cipriano Luckesi, Jussara Hoffmann e Charles Hadji. Também são mobilizadas contribuições de Stephen Ball e Michel Foucault para refletir sobre os efeitos das políticas performativas na prática avaliativa docente. Os resultados apontam que a construção de uma avaliação comprometida com a autonomia requer ruptura com os modelos centrados na mensuração de resultados e no controle, demandando espaços pedagógicos que valorizem o processo, a escuta e o diálogo. Conclui-se que a avaliação formativa freiriana não representa apenas uma técnica alternativa, mas uma concepção de educação pautada na justiça, na solidariedade e na emancipação. Trata-se de compreender o ato de avaliar como parte integrante da construção do sujeito e do projeto democrático de escola.