RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS E SAÚDE MENTAL EM ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre variáveis sociodemográficas e saúde mental em estudantes do ensino superior brasileiro, através de uma revisão sistemática da literatura. A busca foi realizada no mês de setembro de 2023 nas bases de dados Scielo, Pepsic, PubMed e BVS, com os descritores “saúde mental”, “ensino superior”, “estudantes”, “alunos” e “discentes”, combinados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram incluídos os estudos publicados entre 2019 e 2023, que  possuíssem avaliação da saúde mental de discentes do ensino superior, originais, disponíveis na íntegra e de forma gratuita, escritos em língua portuguesa e realizados no Brasil. As mulheres apresentaram índices mais elevados de ansiedade, sintomatologia de depressão; ideação suicida; preocupação; TMC; afetos negativos; pensamentos e comportamentos obsessivos e compulsivos, além de estresse. Alunos que se declararam homossexuais e pretos/pardos apresentaram índices elevados para ideação suicida. Os homens, apesar de apresentarem indicadores mais positivos em relação a outros grupos estudados,  apresentaram níveis maiores de desesperança, maior prevalência e severidade em sintomas de depressão, maior risco de pensamento suicida.  É possível indicar que existe relação entre as variáveis sociodemográficas e níveis de saúde mental em estudantes do ensino superior.  Espera-se que esses resultados ajudem gestores, docentes e agentes do poder público a refletirem e analisarem de forma mais profunda o efeito de aspectos sociodemográficos na saúde mental dos estudantes, para assim, além de indicarem a necessidade de uma atuação mais colaborativa, com maior apoio institucional aos estudantes mais vulneráveis ao sofrimento mental.