DESCOLONIALISMO NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO NORTE DO BRASIL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS PARA UMA EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n5-106Keywords:
Ensino de ciências, Descolonialismo, Amazônia, Saberes tradicionais, Epistemologias do SulAbstract
Este artigo tem como objetivo analisar as possibilidades e desafios da descolonização do ensino de ciências na região Norte do Brasil, com foco na Amazônia, propondo alternativas pedagógicas que integrem saberes tradicionais e científicos. A metodologia adotada combina revisão bibliográfica crítica de autores descoloniais (como Santos, Walsh e Quijano) com análise de experiências educacionais inovadoras na região norte, incluindo estudos de caso de licenciaturas interculturais, projetos comunitários e práticas docentes transformadoras. Os resultados revelam que a hegemonia curricular eurocêntrica ainda marginaliza os conhecimentos amazônicos, reproduzindo o que os autores identificam como "epistemicídio". No entanto, iniciativas como materiais didáticos interculturais, avaliações contextualizadas e a valorização de saberes tradicionais demonstram caminhos viáveis para uma educação científica descolonial. A pesquisa identificou três eixos centrais de transformação: (1) a necessidade de reformulação curricular profunda que atenda as peculiaridades regionais, (2) a importância da formação docente intercultural e (3) a urgência de políticas públicas específicas para a região. Em síntese, a conclusão aponta que a descolonização do ensino de ciências na Amazônia não é apenas possível, mas essencial para uma educação significativa e emancipadora. A superação dos obstáculos estruturais exige ações coordenadas que envolvam comunidades, educadores e gestores públicos, com base no diálogo de saberes e na valorização das epistemologias locais. O artigo defende que tal transformação pode servir como modelo para outras regiões do globo que buscam romper com legados coloniais na educação científica, promovendo justiça cognitiva e inovação pedagógica.