SUBJETIVIDADE NA GESTÃO DE RISCOS DE BARRAGENS: O IMPACTO DA FORMAÇÃO DOS AGENTES DA DEFESA CIVIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n3-134Keywords:
Defesa Civil, Gestão de riscos, Segurança de barragens, Desastres em mineração, Apoio à tomada de decisãoAbstract
Os rompimentos de barragens de rejeitos de mineração em Mariana (2015) e Brumadinho (2019) evidenciaram fragilidades estruturais na gestão de riscos e na governança da segurança no Brasil. Esses desastres expuseram falhas na fiscalização regulatória, na hierarquia corporativa e no papel dos agentes da Defesa Civil na prevenção e resposta a desastres. Este estudo investiga como a falta de formação técnica dos agentes da Defesa Civil influencia a maior ou menor presença da subjetividade na tomada de decisões na gestão da segurança de barragens. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa por meio da análise documental, considerando relatórios oficiais, marcos regulatórios e estudos acadêmicos. Para hierarquizar os fatores que impactam a subjetividade desses agentes, utilizou-se a Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência). Os resultados indicam que a formação inadequada, as estruturas corporativas hierárquicas e a falta de protocolos claros comprometem significativamente a governança dos riscos. Além disso, a ausência de capacitação estruturada limita a capacidade dos agentes em interpretar relatórios técnicos, questionar práticas empresariais e implementar medidas preventivas eficazes. Embora a formação técnica não seja o único fator determinante para uma gestão eficiente, o estudo ressalta sua importância na redução de vulnerabilidades e no aumento da objetividade nas decisões. Os achados destacam a necessidade de treinamento contínuo, auditorias independentes e aprimoramento das normativas regulatórias. O estudo também recomenda maior envolvimento das comunidades locais nos protocolos de segurança para garantir transparência e responsabilização. Essas medidas são essenciais para prevenir futuros desastres e fortalecer a governança da segurança de barragens no Brasil.