SAÚDE PÚBLICA EM POPULAÇÕES INDÍGENAS: ABORDAGENS INTEGRATIVAS PARA RESGATAR CONHECIMENTOS TRADICIONAIS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-267Palavras-chave:
Saúde Indígena, Práticas Integrativas e Complementares, Saúde Pública, Medicina Tradicional, Políticas de SaúdeResumo
INTRODUÇÃO: A saúde das populações indígenas no Brasil é impactada por desigualdades históricas e estruturais, incluindo barreiras linguísticas e culturais, dificuldades de acesso geográfico e a ausência de políticas públicas específicas que respeitem seus conhecimentos tradicionais. O modelo biomédico predominantemente no sistema de saúde desconsidera a abordagem holística dessas comunidades, resultando na marginalização de suas práticas ancestrais e dificultando a adesão aos tratamentos convencionais. OBJETIVO: Investigar o impacto das abordagens integrativas na promoção da saúde indígena e na valorização de seus conhecimentos tradicionais. METODOLOGIA: Este trabalho consiste em uma revisão integrativa da literatura, que utilizou a estratégia PICO para formular a questão central: "De que forma as abordagens integrativas podem auxiliar no resgate e na valorização dos saberes tradicionais na saúde pública das comunidades indígenas?" A pesquisa foi realizada em bases de dados renomadas, como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO, PubMed e Lilacs. Foram considerados artigos publicados entre 2018 e 2025, que estivessem disponíveis na íntegra e sem custos, nos idiomas português, inglês ou espanhol, além de documentos oficiais e portarias. Artigos duplicados e aqueles que não atendiam aos critérios preestabelecidos foram excluídos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Uma pesquisa revelou que, embora existam políticas externas à saúde indígena, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de profissionais capacitados para atuar em comunidades indígenas e a resistência à integração dos saberes tradicionais nos serviços de saúde. Estudos demonstram que a marginalização das práticas ancestrais prejudica a adesão ao tratamento e aumenta a vulnerabilidade dessas pessoas a doenças, incluindo a COVID-19. A valorização de pajés, peças e o uso de fitoterápicos têm se mostrado uma alternativa viável para a construção de modelos híbridos de assistência. Experiências internacionais, como no Canadá e nos Estados Unidos, demonstram que a autonomia indígena na gestão da saúde pode contribuir para uma atenção mais eficaz e culturalmente atraente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A marginalização dos saberes tradicionais indígenas e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde reforçam a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e adaptadas às especificidades dessas populações. O fortalecimento de abordagens integrativas, aliado à capacitação de profissionais e ao reconhecimento das práticas tradicionais, pode contribuir para uma assistência mais humanizada e eficiente. Recomenda-se a ampliação dos estudos sobre a implementação de estratégias híbridas de cuidado, garantindo maior equidade e respeito à diversidade cultural no sistema de saúde.