PLANTAS CARNÍVORAS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA: FOCO NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES EM CONTEXTO NÃO FORMAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n12-205Palavras-chave:
Habilidades Investigativas, Educação Não-Formal, Botânica, Centro Aprendiz de Pesquisador (CAP)Resumo
Este artigo apresenta uma atividade prática extracurricular voltada ao ensino de Botânica, utilizando plantas carnívoras como recurso didático para desenvolver habilidades científicas, como observação, medição e registro de dados. O trabalho foi realizado com alunos do Ensino Fundamental I, com 50 estudantes de 11 a 14 anos no Centro Aprendiz de Pesquisador (CAP/CEPEMA-USP). A proposta envolveu quatro espécies representativas de diferentes tipos de plantas carnívoras: Dionaea muscipula, Nepenthes graciliflora, Pinguicula ‘Aphrodite’ e Utricularia graminifolia. Com base em uma abordagem investigativa e o uso de materiais visuais, lupas e instrumentos de medição, a atividade promoveu a integração entre teoria e prática. Os resultados demonstraram boa assimilação do conteúdo, embora tenham sido observadas dificuldades pontuais nas medições. A experiência evidenciou o potencial das plantas carnívoras para o letramento científico, contribuindo para a mitigação da impercepção botânica e para a Educação Ambiental. Iniciativas como essa são eficazes na construção de saberes científicos, despertando a curiosidade e o engajamento dos alunos. Sua replicação é recomendada com ajustes no tempo e no suporte pedagógico.
Downloads
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
CARVALHO, R.B.; COSTA, R.L.A.; CÂMARA, A.R.M.; CABRAL, E.O.R. A observação como atividade no ensino de Ciências. São Paulo: Seven Editora, 2023. DOI: https://doi.org/10.56238/sevedi76016-032
FEJES, M.; GOUW, M.S. Avaliação e autoavaliação como estratégias de aprendizagem efetiva: uma experiência do encontro juvenil de investigadores em ciências com alunos de escolas da rede pública de Cubatão (SP). Revista Metáfora Educacional, n. 13. p. 140–154, 2012.
FLORA E FUNGA DO BRASIL. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 2 Dez 2025.
GALLO, S. Transversalidade e educação: pensando em uma educação não-disciplinar. Em N. Alves e E.L. Garcia (Eds.), O Sentido da escola. Rio de Janeiro: DP & A, p. 17–41, 1999.
LOPES, T.S. & ABÍLIO, F.J.P. Educação ambiental crítica: (re)pensar a formação inicial de professores/as. Revbea, São Paulo, V. 16, No 3: 38-58, 2021. DOI: https://doi.org/10.34024/revbea.2021.v16.11518
MAIA, P.F.; JUSTI, R. Desenvolvimento de habilidades no ensino de Ciências e o processo de avaliação: análise da coerência. Ciência e Educação, v. 14, n. 3, p. 431–450, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-73132008000300005
MELLO, H.O.O. Interação entre insetos e plantas: plantas carnívoras. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, Centro de Ciências Biomédicas. 1999.
MORAIS, I.L, AGUIAR, D.S.; RODRIGUES, S.M.; ARRUDA, R. O uso de plantas carnívoras como ferramenta para o ensino de botânica e para a educação ambiental. Research, Society and Development, v. 10, n. 14, p. e338101422153, 2021. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22153
PIZARRO, M.V. & JUNIOR, J.L. Indicadores de alfabetização científica: uma revisão bibliográfica sobre as diferentes habilidades que podem ser promovidas no ensino de ciências nos anos iniciais. Investigações em Ensino de Ciências – V20(1), pp. 208-238, 2015. DOI: https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2016v20n1p208
REIFENRATH, K.; THEISEN, I.; SCHNITZLER, J.; POREMBSKI, S.; BARTHLOTT, W. Trap architecture in carnivorous Utricularia (Lentibulariaceae). Flora,v. 201, p. 597–605,. 2006. DOI: https://doi.org/10.1016/j.flora.2005.12.004
SACHSE, R.; WESTERMEIER, A.; MYLO, M.; NADASDI, J.; BISCHOFF, M.; SPECK, T.; POPINGA, S. Snapping mechanics of the Venus flytrap (Dionaea muscipula). Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), v. 117, n. 27, p. 16035–16042, 2020. DOI: https://doi.org/10.1073/pnas.2002707117
SANTOS, J.A.; FRANÇA, K.V.; DOS SANTOS, L.S.B. Dificuldades na aprendizagem de matemática. São Paulo: Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2007.
SASSERON, L.H. & DE CARVALHO, A.M.P. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências – V16(1), pp. 59-77, 2011.
SIMÃO, D.G.; CAMARGO, N.S.; CUNHA, L.G. O incrível mundo das plantas carnívoras. 1ª Edição. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2023.
SILVA, J.B. A importância das atividades práticas no ensino-aprendizagem de Ciências. Anais VI Congresso Nacional de Educação, Campina Grande: Realize Editora, 2019.
URSI, S.; SALATINO, A. É tempo de superar termos capacitistas no ensino de Biologia: “Impercepção Botânica” como alternativa para “Cegueira Botânica”. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo, v. 39, p. 1–4, 2020. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9052.v39p1-4
WANDERSEE, J.H.; SCHUSSLER, E.E. Toward a theory of Plant Blindness. Plant Science Bulletin, v. 47, n. 1, p. 1–9, 2002.
ZOMPERO, A.F.; DE ANDRADE, M.A.B.S.; MASTELARI, T.B.; VAGULA, E. Ensino por investigação e aproximações com aprendizagem baseada em problemas. Debates em Educação, Maceió, Vol. 11, n. 25, 2019. DOI: https://doi.org/10.28998/2175-6600.2019v11n25p222-239