METODOLOGIAS ATIVAS COMO ECOLOGIAS DE PARTICIPAÇÃO: NARRATIVAS DE PRÁTICAS E RECONFIGURAÇÕES DA APRENDIZAGEM
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n12-204Palavras-chave:
Metodologias Ativas, Ecologias de Participação, Cultura Digital, Multiletramentos, Autoria DiscenteResumo
O artigo discute as metodologias ativas como ecologias de participação em contextos educativos atravessados pela cultura digital, analisando narrativas de práticas que reconfiguram modos de aprender, ensinar e produzir sentidos. A partir de uma abordagem qualitativa de inspiração narrativa, são mobilizados registros de campo, planos de aula, produções estudantis e relatos escritos por estudantes em um contexto escolar que buscava favorecer autonomia, autoria e cooperação. O referencial teórico articula contribuições de Freire, Dewey, Jenkins, Castells, Rojo, Lankshear e Knobel, Moran, Bacich e Kenski, entre outros, enfatizando a centralidade da participação, dos multiletramentos e das mediações sociotécnicas na educação contemporânea. São analisadas três experiências: um projeto investigativo sobre o cotidiano, uma sequência didática com sala de aula invertida e rodas dialógicas e uma proposta de criação multimodal com uso de inteligência artificial generativa. Os resultados indicam que as metodologias ativas, quando ancoradas em problemas significativos e em ecologias de participação, ampliam o engajamento estudantil, favorecem a circulação de diferentes linguagens e promovem deslocamentos nos papéis tradicionais de professores e estudantes. Ao mesmo tempo, evidenciam tensões relacionadas à cultura da avaliação, ao tempo pedagógico, às desigualdades de acesso e às ambiguidades do uso de tecnologias digitais. Conclui-se que as metodologias ativas podem contribuir para reconfigurar a aprendizagem, desde que articuladas a uma perspectiva crítica, dialógica e ética, e não reduzidas a um repertório técnico de procedimentos.
Downloads
Referências
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018.
CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2015. DOI: https://doi.org/10.14393/EDUFU-978-85-7078-279-3
DEWEY, J. Experiência e educação. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1979.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 70. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019.
HOLMES, W.; TUOMI, I. Artificial intelligence in education. In: HOLMES, W.; PORAYSKA-POMSTA, K.; HOLSTEIN, K. (org.). Artificial intelligence and education: critical perspectives and practices. London: UCL Press, 2022. p. 15-38. DOI: https://doi.org/10.4324/9780429329067
JENKINS, H. et al. Confronting the challenges of participatory culture: media education for the 21st century. Cambridge: MIT Press, 2009. DOI: https://doi.org/10.7551/mitpress/8435.001.0001
KENSKI, V. M. Tecnologias e tempo docente. 6. ed. Campinas: Papirus, 2013.
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. New literacies: everyday practices and social learning. 3. ed. Maidenhead: Open University Press, 2011.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, L.; MORAN, J. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora. Porto Alegre: Penso, 2015. p. 23-35.
PAVEAU, M.-A. Linguagem e moral: uma ética das palavras. Campinas: Pontes, 2021.
ROJO, R. (org.). Escola conectada: os multiletramentos e as TIC. São Paulo: Parábola, 2012.