ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS COMO PRÁTICA DISCURSIVA DE INCLUSÃO: PODER, SUBJETIVAÇÃO E DESIGUALDADES EM DISPUTA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n12-144Palavras-chave:
Alfabetização de Adultos, Práticas Discursivas, Relações de Poder, Desigualdades SociaisResumo
A alfabetização de adultos constitui um campo de práticas educativas atravessado por relações de poder, processos de subjetivação e disputas em torno das desigualdades sociais. Este estudo analisa a alfabetização de adultos como prática discursiva de inclusão, examinando as relações de poder, os processos de subjetivação e as disputas em torno das desigualdades que atravessam essas práticas. A escolha do tema justifica-se pela necessidade de compreender como os discursos sobre alfabetização de adultos produzem representações sobre os sujeitos analfabetos e operam como dispositivos de poder que visam incluí-los na ordem social vigente. O objetivo principal consiste em analisar as práticas discursivas de alfabetização de adultos, identificando os mecanismos de poder e os processos de subjetivação que as caracterizam. A metodologia adota abordagem qualitativa, de natureza aplicada, por meio de revisão sistemática da literatura especializada, análise documental de políticas educacionais e análise crítica do discurso. Os resultados revelam que a alfabetização de adultos opera por meio de representações que definem os sujeitos analfabetos como carentes e excluídos, por mecanismos de poder que normalizam condutas e por processos de subjetivação orientados para a inserção no mercado de trabalho. Conclui-se que as práticas de alfabetização de adultos são atravessadas por desigualdades sociais, raciais, de gênero e regionais que demandam políticas educacionais contextualizadas e comprometidas com a justiça social.
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