A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA PSICOGENÉTICA E A EMERGÊNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM SITUAÇÕES REAIS DE PRODUÇÃO TEXTUAL

Resumo

Este artigo analisa o processo de construção da escrita por crianças em nível de conceitualização silábica, a partir de um episódio de produção textual em sala de aula envolvendo a expressão “lobo mau”. Fundamentado na perspectiva construtivista psicogenética, o estudo observa como os sujeitos mobilizam saberes fonológicos e gráficos em situações reais de escrita, revelando hipóteses, justificativas e reorganizações cognitivas diante de desafios concretos. A análise qualitativa, baseada em protocolo de observação, utiliza cinco categorias interpretativas: percepção da pauta sonora, pertinência ou não pertinência de letras na escrita, evocação de repertório linguístico, percepção de conflito gráfico e justificativas gráficas. Os resultados evidenciam que a escrita se constrói na interação entre sujeito, objeto de conhecimento e mediação pedagógica, e que saberes como a consciência fonológica emergem de forma contextualizada, como parte da complexidade de aprender a ler e escrever. O estudo reafirma a importância de práticas pedagógicas que valorizem o diálogo, a escuta e a construção ativa do saber.