DIAGNÓSTICO TARDIO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) EM ADULTOS E SEUS IMPACTOS PSICOLÓGICOS

Resumo

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por padrões persistentes de desatenção, impulsividade e hiperatividade que interferem significativamente no desempenho acadêmico, profissional e social. Embora historicamente associado à infância, observa-se um número crescente de casos diagnosticados tardiamente na vida adulta, o que revela lacunas importantes no reconhecimento clínico e social do transtorno. Este estudo teve como objetivo analisar os impactos psicológicos e as repercussões emocionais decorrentes do diagnóstico tardio do TDAH em adultos. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, de natureza qualitativa e abordagem bibliográfica, fundamentada em artigos científicos, livros e documentos técnicos publicados entre 2019 e 2025, selecionados a partir de bases de dados nacionais e internacionais. Essa metodologia permitiu integrar diferentes perspectivas teóricas e empíricas, possibilitando uma análise crítica sobre as implicações emocionais, sociais e cognitivas do diagnóstico tardio. A literatura revisada evidencia que o atraso no reconhecimento do transtorno está relacionado ao aumento do sofrimento psíquico, à baixa autoestima e à formação de um autoconceito negativo, frequentemente reforçado por experiências de fracasso e estigmatização social. Verificou-se também que a ausência de diagnóstico precoce compromete o desenvolvimento da autorregulação emocional, a estabilidade nas relações afetivas e a produtividade, afetando diretamente a qualidade de vida. Os achados indicam, ainda, a necessidade de maior capacitação de profissionais da saúde mental e de políticas públicas intersetoriais voltadas à identificação e acompanhamento dos casos adultos. Conclui-se que o reconhecimento tardio do TDAH em adultos representa não apenas um desafio clínico, mas também um processo de reconstrução identitária e emocional que demanda acolhimento contínuo, apoio psicossocial e ações institucionais voltadas à promoção da saúde mental, à inclusão social e à redução do estigma.