PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL PARA AVIAÇÃO A PARTIR DO ÓLEO DA HYMENAEA SP UTILIZANDO CATALIZADOR HETEROGÊNEO DERIVADO DA CALCINAÇÃO DE CAO - CASCA DO OVO
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv15n42-060Palavras-chave:
Sementes, Bioquerosene, SustentabilidadeResumo
As oleaginosas estão emergindo como uma promissora fonte de combustível, dadas as circunstâncias da crise do petróleo e a urgente necessidade de se buscar alternativas substitutas e compatíveis com a sustentabilidade. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar a viabilidade do biocombustível produzido a partir do óleo extraído das sementes de Hymenaea sp, utilizando CaO proveniente da casca de ovo como catalisador, visando sua aplicação na aviação. Os métodos empregados compreenderam as seguintes etapas: coleta e higienização do material; extração do óleo das sementes de Hymenaea sp; caracterização físico-química; determinação do índice de acidez; mensuração da densidade; cálculo do índice de saponificação; avaliação da umidade (%H2O); medição da viscosidade cinemática; caracterização do catalisador; realização da reação catalítica e subsequente análise dos produtos formados; produção do biocombustível; avaliação dos teores de acidez, iodo, chumbo, enxofre e hidrocarbonetos presentes nos resíduos resultantes do processo de obtenção do biocombustível; e teste de aplicação do biocombustível em um avião de aeromodelismo. Nas análises físico-químicas do óleo cru e processado, foram obtidos os seguintes valores: índice de acidez (mg KOH/g) de 3,32 ± 0,03 e 3,38 ± 0,07, umidade (%) de 0,75 ± 0,05 e 0,74 ± 0,05, índice de iodo (Wijs)% de 1,62 ± 0,04 e 1,72 ± 0,05, índice de saponificação (mg KOH/g) de 167,3 ± 0,03 e 168,64 ± 0,01, e densidade relativa a 25º C (g/mL) de 0,914 ± 0,03 e 0,913 ± 0,03. No tocante aos testes de balanço de massa, a reação de transesterificação resultou em 56,22% de biocombustível, 21,27% de glicerina, 12,02% de etanol recuperado e 10,44% de perdas. A análise das fases obtidas após a calcinação revelou a formação de carbonato de cálcio (CaCO3) em 48,3%, óxido de cálcio (CaO) em 41,4% e hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) em 10,3%. A interação entre esses componentes químicos contribui para manter o pH elevado do óleo, promovendo a desintegração de impurezas e permitindo a filtração do material antes da destilação do biocombustível. Na análise do biocombustível produzido, foram observados baixos teores de chumbo (1,243g), enxofre (< 0,066%), carbono (< 0,12mgKOH/g), iodo (1,63/200ml) e hidrocarbonetos (0,064g/l) comparados a combustíveis comerciais. Essa composição resulta em uma emissão significativamente menor de dióxido de carbono e na produção de resíduos menos prejudiciais ao meio ambiente, reduzindo em 78%, 79% e 96%, respectivamente, os impactos ambientais em comparação com a produção de combustíveis fósseis.