CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DE SAÚDE DE PESSOAS LGBTQIAPN+
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n51-034Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Capacitação em Saúde, Indicadores, Minorias Sexuais e de GêneroResumo
O acesso qualificado à saúde pela população LGBTQIAPN+ ainda enfrenta barreiras significativas na Atenção Primária à Saúde, incluindo o despreparo dos profissionais para lidar com as especificidades dessa população. Objetiva-se relatar a experiência de uma capacitação realizada em duas Estratégias de Saúde da Família do Sul de Minas Gerais, em 2024, com foco no atendimento às demandas de saúde da população LGBTQIAPN+, alinhada ao Indicador 06 da Política Estadual de Promoção à Saúde, que orienta o preenchimento correto dos campos “identidade de gênero” e “orientação sexual” no sistema E-SUS APS. A atividade foi conduzida por um estudante de Enfermagem em estágio curricular, com apoio de uma enfermeira preceptora. A capacitação contou com revisão de literatura, desenvolvimento de materiais educativos e aplicação de estratégias pedagógicas ativas. Os resultados indicaram impacto positivo na formação dos profissionais, com aumento do conhecimento, melhora na comunicação, valorização da linguagem inclusiva e maior segurança no acolhimento das demandas da população LGBTQIAPN+. Participantes relataram mudanças na prática profissional, maior sensibilidade e reconhecimento das vulnerabilidades enfrentadas por esses usuários. Além de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento, a capacitação fortaleceu a formação acadêmica do discente, evidenciando o papel transformador de ações educativas na APS e a importância da integração entre ensino e serviço de saúde.
Downloads
Referências
ALAMINO, F. N. P.; VECCHIO, V. A. D. Os Princípios de Yogyakarta e a proteção de direitos fundamentais das minorias de orientação sexual e de identidade de gênero. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 113, n. 1, p. 645-668, 2018. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v113i0p645-668
ALMEIDA, F. F. X. et al. Assessment of knowledge in oncology about care for transgender people: a scoping review. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 77, p. e20230532, 2024.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012: diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília; 2012. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.
BRASIL. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf. Acesso em: 22 jun. 2024.
CONSELHO NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO. Brasil sem homofobia: programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
FIGUEIREDO, N. M. A. Método e Metodologia na Pesquisa Científica. Editora: Difusão, 2004, 247f.
GUERRERO-HALL, K. D. et al. Obstetrics and gynecology resident physician experiences with Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender and Queer healthcare training. Med Sci Educ., 31(2), 2021. Available from: https://doi.org/10.1007/s40670-021-01227-9.
LEONEL, G. A. et al. Atendimento ginecológico à população de homens transgêneros na Atenção Primária à Saúde. R Pesq Cuid Fundam, v. 14:e11941, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v14.11941.
LEONEL, G. A. et al. Consulta de enfermagem ginecológica aos homens transgêneros na atenção primária à saúde. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 23, n. 9, p. e13988, 2023.
DIAS, J. P. B., PIETRAFESA, G. A. B., SILVA, S. A. Acesso e utilização da atenção ginecológica na atenção primária a saúde: percepção do homem transexual. Saúde E Pesquisa, 16(4), 1–15, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.17765/2176-9206.2023v16n4.e11272.
KIRJAVA, S. A.; SLADEN, D. P.; DEBACKER, J. R. Providing Mindful and Informed Health Care for Patients Who Are LGBTQ+: Perspectives for Clinical Audiology. American Journal of Audiology, v. 32, n. 3S, p. 683-693, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1044/2023_AJA-22-00112.
PIMENTEL, V. R. M.; SOUSA, M. F.; MENDONÇA, A. V. M. Comunicação em saúde e promoção da saúde: contribuições e desafios, sob o olhar dos profissionais da Estratégia Saúde da Família. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 32(3), e320316, 2022. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312022320316
PARANHOS, W. R.; WILLERDING, I. A. V.; LAPOLLI, E. M. Formação dos profissionais de saúde para o atendimento de LGBTQI+. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 25, p. e200684, 2021.
RODRIGUES, T. S. et al. Abordando a sexualidade em pacientes LGBTQIAP+ com câncer: revisão de escopo. BMC Public Health, v.23, n. 1269. 2023. https://doi.org/10.1186/s12889-023-16170-0
ROTHER, E. T. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 5-6, abr. 2007.
SAMUDIO, J. L. P. et al.. Agentes comunitários de saúde na atenção primária no brasil: multiplicidade de atividades e fragilização da formação. Trabalho, Educação e Saúde, v. 15, n. 3, p. 745–769, set. 2017.
SES-MG. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. POEPS: Política Estadual de Promoção da Saúde. Diretoria de Promoção à Saúde. Belo Horizonte: SES-MG, p. 32, 2017. Disponível em: https://saude.mg.gov.br/images/1_noticias/08_2022/03-abr-mai-jun/atencao-primaria/poeps/poeps/Livreto_POEPS.pdf.
THUM, M. A.; BALDISSEROTTO, J.; CELESTE, R. K. Utilização do e-SUS AB e fatores associados ao registro de procedimentos e consultas da atenção básica nos municípios brasileiros. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, n. 2, p. e00029418, 2019.
NOVAES, D.V.; COUTINHO, C.Q.S. Estatística para Educação Profissional. SãoPaulo: Atlas, 2009.PERNAMBUCO, Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco: parâmetros curriculares de Matemática para o Ensino Fundamental e Médio. Recife:Secretaria de Educação, 2012.