RASTREAMENTO DE NEOPLASIAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: IMPACTO CLÍNICO E ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n51-019Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Neoplasias, Rastreamento, Detecção Precoce, Políticas Públicas em SaúdeResumo
O câncer representa um dos principais desafios de saúde pública no Brasil e no mundo. A detecção precoce, por meio do rastreamento de neoplasias na Atenção Primária à Saúde (APS), é reconhecida como uma estratégia fundamental para a redução da mortalidade e morbidade associadas às neoplasias malignas. Este artigo tem como objetivo analisar o impacto clínico do rastreamento e discutir estratégias de implementação baseadas em evidências, com foco no contexto brasileiro. Através de uma revisão narrativa da literatura e de documentos técnicos e normativos, identificaram-se avanços significativos na formulação de políticas públicas, como as diretrizes nacionais e programas como o SISCAN. No entanto, persistem desafios importantes, como a cobertura desigual, práticas oportunísticas, falhas de integração assistencial, baixa resolutividade da APS e barreiras organizacionais e estruturais. Conclui-se que a efetivação de estratégias eficazes de rastreamento exige o fortalecimento da APS, a qualificação dos profissionais de saúde, o uso inteligente dos sistemas de informação e a adoção de modelos organizados de cuidado. O rastreamento de neoplasias, quando bem implementado, pode representar um divisor de águas no enfrentamento do câncer, promovendo equidade e efetividade no cuidado em saúde.
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