ISOLAMENTO, LUTO E DEPRESSÃO NO CONTEXTO DA COVID-19: INTERVENÇÕES EM TCC PARA REORGANIZAÇÃO EMOCIONAL

Resumo

A pandemia de COVID-19 provocou transformações profundas na vivência do luto e na manifestação de sintomas depressivos, intensificando o sofrimento psíquico em indivíduos que enfrentaram perdas significativas sem a possibilidade de realizar rituais de despedida. O presente estudo teve como objetivo analisar, por meio de revisão bibliográfica, a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) na reorganização emocional diante do luto e da depressão nesse contexto pandêmico. Conduziu-se a pesquisa por meio da abordagem qualitativa, utilizando como base artigos científicos publicados entre 2020 e 2024, selecionados por critérios de relevância temática e metodológica. A análise dos dados evidenciou que a TCC, ao propor estratégias estruturadas como reestruturação cognitiva, ativação comportamental e técnicas de exposição, demonstrou resultados positivos no alívio do sofrimento e na retomada da funcionalidade emocional dos indivíduos. A possibilidade de aplicação em formato remoto viabilizou o acesso ao cuidado psicológico mesmo durante o distanciamento social, ampliando a aplicabilidade da abordagem. Os estudos apontaram ainda que o luto na pandemia apresentou especificidades como a ausência de ritos, sentimentos de culpa, isolamento emocional e sobreposição de perdas, fatores que demandaram intervenções terapêuticas adaptadas e sensíveis à singularidade de cada vivência. A TCC se mostrou adequada para atender essas demandas ao permitir a identificação de pensamentos disfuncionais, o acolhimento de emoções intensas e a reconstrução de rotinas com base em novos significados. Apesar dos benefícios observados, foram identificadas limitações relacionadas à infraestrutura tecnológica, privacidade dos atendimentos online e necessidade de capacitação dos profissionais para lidar com o luto coletivo. Conclui-se que a TCC representa uma abordagem eficaz e acessível para a reorganização emocional em tempos de crise, desde que aplicada com flexibilidade, escuta qualificada e compromisso ético com o cuidado integral em saúde mental.