CAUSAS NÃO EPILÉPTICAS DE CRISES CONVULSIVAS EM NEONATOS: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E MANEJO CLÍNICO

Autores

  • Louhainy Isabelle Rezende Miranda Author
  • Mell Mazuco Jeremias Author
  • Débora Cristine Jurkewicz Author
  • Marianna Maksoud Rodrigues Author
  • Pedro Henrique de Oliveira Lima Miranda Author
  • Munir Kalife Nege Author
  • Geovanna Souza Azevedo Author
  • Gabriella Wasques Pereira Rodrigues Author

DOI:

https://doi.org/10.56238/levv16n53-118

Palavras-chave:

Recém-nascido, Convulsões Neonatais, Causas Não Epilépticas, Diagnóstico Diferencial, Manejo Clínico

Resumo

Introdução: As crises convulsivas são eventos comuns no período neonatal e representam uma das principais causas de encaminhamento para avaliação neurológica. Entretanto, uma parcela expressiva dessas manifestações não é de origem epiléptica, mas sim decorrente de distúrbios metabólicos, genéticos, estruturais ou funcionais. A diferenciação entre crises epilépticas e não epilépticas é essencial para o manejo adequado e para a prevenção de tratamentos farmacológicos desnecessários. Métodos: Foi realizada uma revisão sistematizada da literatura nas bases PubMed, SciELO e LILACS, abrangendo publicações entre 1999 e 2024. Utilizaram-se descritores em português e inglês combinados por operadores booleanos, incluindo “neonatal seizures”, “non-epileptic causes”, “differential diagnosis” e “clinical management”. Após triagem de títulos, resumos e leitura integral, 16 estudos preencheram os critérios de elegibilidade, contemplando aspectos etiológicos, diagnósticos e terapêuticos das crises não epilépticas em neonatos. Resultados: As causas mais frequentemente descritas foram hipoglicemia, hipocalcemia, encefalopatia hipóxico-isquêmica, canalopatias genéticas e eventos paroxísticos benignos, como hiperekplexia e mioclonia do sono. Observou-se que grande parte dos episódios é transitória e não apresenta atividade epileptiforme ao EEG. A avaliação clínica detalhada, associada à monitorização eletroencefalográfica, exames metabólicos, neuroimagem e testes genéticos, foi apontada como abordagem essencial para o diagnóstico diferencial. A conduta terapêutica adequada envolveu a correção das causas subjacentes, com uso restrito de anticonvulsivantes. Conclusão: O reconhecimento das causas não epilépticas de crises convulsivas em neonatos é fundamental para uma prática clínica segura e precisa. A identificação etiológica precoce reduz o uso desnecessário de fármacos, melhora o prognóstico neurológico e contribui para um manejo individualizado e racional no contexto neonatal.

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Publicado

2025-10-28

Como Citar

MIRANDA , Louhainy Isabelle Rezende; JEREMIAS, Mell Mazuco; JURKEWICZ , Débora Cristine; RODRIGUES, Marianna Maksoud; MIRANDA, Pedro Henrique de Oliveira Lima; NEGE, Munir Kalife; AZEVEDO , Geovanna Souza; RODRIGUES, Gabriella Wasques Pereira. CAUSAS NÃO EPILÉPTICAS DE CRISES CONVULSIVAS EM NEONATOS: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E MANEJO CLÍNICO. LUMEN ET VIRTUS, [S. l.], v. 16, n. 53, p. e9314 , 2025. DOI: 10.56238/levv16n53-118. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/LEV/article/view/9314. Acesso em: 8 dez. 2025.