INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E SUAS MANIFESTAÇÕES ORAIS: ABORDAGEM ODONTOLÓGICA

Resumo

Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar as manifestações orais das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), destacando o papel do cirurgião-dentista no diagnóstico precoce, manejo clínico e ações de prevenção, bem como sua contribuição para a promoção da saúde coletiva. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida conforme o protocolo PRISMA e estruturada pela estratégia PICOS. Foram incluídos estudos publicados entre 2020 e 2025, em português, inglês e espanhol, que abordaram manifestações orais de ISTs e a atuação odontológica. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, Scielo e EBSCO, complementadas por pesquisa manual em referências bibliográficas. Os critérios de exclusão englobaram estudos de caráter exclusivamente médico, editoriais, revisões narrativas sem sistematização e artigos duplicados. A seleção seguiu quatro etapas: identificação, triagem, elegibilidade e inclusão final dos artigos. Resultados: Inicialmente, 71 publicações foram identificadas, sendo selecionados 17 estudos para análise. Os achados evidenciaram que HIV/AIDS e sífilis foram as ISTs mais estudadas no contexto odontológico, com manifestações orais como candidíase, leucoplasia pilosa, gengivite, úlceras e lesões sifilíticas. Tais alterações se mostraram relevantes não apenas como expressão clínica da infecção, mas também como marcadores de progressão da doença e resposta terapêutica, especialmente em contextos de imunossupressão. Além disso, verificou-se a necessidade de protocolos padronizados de avaliação bucal, maior integração interdisciplinar e a inserção de conteúdos sobre ISTs nos currículos de odontologia. Conclusão: As manifestações orais constituem ferramentas diagnósticas e de monitoramento fundamentais das ISTs, reforçando a importância da odontologia nas estratégias de prevenção e promoção da saúde. O cirurgião-dentista, ao atuar de forma integrada e com base em evidências, contribui para o enfrentamento da disseminação dessas doenças e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, evidenciando a necessidade de capacitação contínua e atenção odontológica ampliada em saúde pública.