ESPERANÇA E PSICOPOLÍTICA EM SUPERMAN (2025): UMA ANÁLISE À LUZ DAS CATEGORIAS DE BYUNG-CHUL HAN
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n50-100Palavras-chave:
Superman, Esperança, Byung-Chul Han, Psicopolítica, Super-heróis, Cultura PopResumo
Superman (2025) reinscreve o signo “esperança” ao mesmo tempo como gesto ético-contradispositivo e como commodity afetiva da nova fase da DC nos cinemas. Podemos analisar a produção tomando por eixo teórico as críticas de Byung-Chul Han à sociedade do desempenho, à infocracia e à psicopolítica. A pesquisa emprega método multi-paratextual qualitativo: examinou-se o filme, materiais promocionais, críticas de imprensa, declarações de estúdio, dados de bilheteria e depoimentos de fãs, codificados em oito categorias (temporalidade, alteridade, opacidade, negatividade, positividade mercadológica, desempenho, ritual, fandom). Os achados mostram ambivalência estrutural: na diegese, a esperança surge como força relacional — herói-imigrante, ecossistema diverso de meta-humanos, dilemas morais e falibilidade que reintroduzem negatividade fecunda e espírito comunitário, contrariando o cinismo vigente; simultaneamente, a mesma semântica de “heart/hope/humanity” é instrumentalizada pelo marketing (“olhe para cima”) para reativar a marca, fidelizar dados emocionais do público e render US$ 122 milhões na estreia, confirmando a captura psicopolítica dos afetos. A recepção crítica e fandom oscila entre louvar a sinceridade “hopepunk” e criticar a sobrecarga de produtos intelectuais e a performatividade motivacional, evidenciando que a esperança permanece em tensão entre potência transformadora e neutralização mercantil. Conclui-se que Superman (2025) funciona como laboratório contemporâneo da dialética haniana: só preservará seu impacto se continuar a cultivar negatividade e alteridade antes de se converter em mero slogan para entretenimento bem-estar.