DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n50-005Palavras-chave:
Ensino de Ciências, Amazônia, Educação Contextualizada, Saberes Tradicionais, Formação DocenteResumo
O artigo aborda os principais entraves e possibilidades no ensino de Ciências na Região Norte do Brasil, destacando os desafios estruturais, formativos e curriculares que dificultam a construção de uma educação científica contextualizada e inclusiva. A precariedade da infraestrutura escolar, com destaque para a ausência de laboratórios, materiais didáticos e conectividade, limita a efetividade das práticas pedagógicas, especialmente em comunidades rurais, ribeirinhas e indígenas. Soma-se a isso a escassez de professores com formação específica em Ciências, agravada pela baixa oferta de cursos presenciais e pelas limitações do ensino a distância. Outro ponto crítico é a fraca contextualização curricular, que desconsidera os saberes tradicionais e a realidade socioambiental amazônica. O artigo propõe a adoção de metodologias ativas, como o uso de plantas medicinais em atividades práticas e a valorização de trilhas ecológicas e projetos interdisciplinares. Além disso, destaca o uso de tecnologias adaptadas à realidade local, como TV educativa, aplicativos offline e internet via satélite, como alternativas viáveis para mitigar a exclusão digital. A análise crítica do texto evidencia lacunas na literatura acadêmica, especialmente quanto à integração de saberes tradicionais de forma epistemologicamente respeitosa e à formulação de políticas públicas específicas para a Amazônia. Conclui-se que a superação das desigualdades requer não apenas recursos materiais, mas também a valorização dos conhecimentos locais e a construção de uma epistemologia científica plural, decolonial e equitativa, capaz de promover uma verdadeira justiça cognitiva no ensino de Ciências.