ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E ASSISTÊNCIA ÀS DOENÇAS CRÔNICAS DA POPULAÇÃO NEGRA
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n46-065Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Doenças Crônicas, População Negra, Equidade em Saúde, Sistema Único de SaúdeResumo
INTRODUÇÃO: A Atenção Primária à Saúde (APS) é essencial para garantir a equidade e o acesso universal aos serviços de saúde, sendo a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a população negra enfrenta desigualdades estruturais que impactam o manejo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tornando necessária uma abordagem específica na APS.OBJETIVO:Analisar o funcionamento da Atenção Primária à Saúde na gestão das doenças crônicas da população negra, destacando as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica e da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, além de examinar os desafios e perspectivas para a promoção da equidade racial na saúde.METODOLOGIA:Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada a partir da busca de estudos nas bases PubMed, SciELO, LILACS e BVS, considerando publicações dos últimos dez anos Os critérios de inclusão envolveram artigos em português, inglês e espanhol que abordassem o cuidado da população negra na APS e as barreiras no tratamento das DCNT. Estudos sem metodologia clara ou que não discutissem diretamente o tema foram excluídos.RESULTADOS E DISCUSSÃO:Os achados mostram que, apesar das diretrizes da PNAB e da PNSIPN, a população negra ainda enfrenta dificuldades no diagnóstico precoce, na adesão ao tratamento e no acompanhamento contínuo. O racismo institucional, a falta de dados baseados em raça e a formação insuficiente dos profissionais de saúde são obstáculos que limitam a eficácia da APS no combate às DCNT. Hipertensão, diabetes mellitus, doença renal crônica e anemia falciforme são condições prevalentes na população negra, agravadas por determinantes sociais de saúde, como acesso limitado à informação, nutrição inadequada e exposição a ambientes insalubres.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Alcançar a equidade na APS para a população negra requer a implementação de políticas públicas mais efetivas, capacitação profissional contínua e inclusão de critérios raciais nos sistemas de informação em saúde, garantindo um cuidado mais justo e adequado para esse grupo. Além disso, a conscientização sobre o impacto do racismo na saúde e a adoção de abordagens interseccionais são cruciais para a construção de um sistema de saúde mais inclusivo e efetivo.