ESTRATÉGIAS RESTAURADORAS EM DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE: IMPACTO NA RESISTÊNCIA MECÂNICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n55-138Palavras-chave:
Dente não Vital, Restauração Dentária, Endodontia, Resistência à Fratura, Materiais DentáriosResumo
Dentes submetidos ao tratamento endodôntico apresentam comportamento biomecânico distinto dos dentes vitais, o que exige abordagens restauradoras capazes de compensar a fragilidade estrutural adquirida após a terapia dos canais radiculares. A escolha inadequada da reabilitação coronária pode resultar em falhas precoces, fraturas extensas e perda do elemento dentário. Diante disso, este estudo teve como objetivo de sintetizar e analisar as evidências científicas mais recentes sobre as estratégias restauradoras em dentes tratados endodonticamente e seu impacto na resistência mecânica. Foram realizadas buscas na base de dados PubMed, Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico, onde foram utilizados os termos “dente não vital”, “restauração dentária”, “endodontia”, “resistência à fratura” e “materiais dentários”. Os estudos mostraram que, a sobrevivência clínica desses dentes depende, principalmente, da integridade estrutural remanescente e da capacidade da restauração em redistribuir as tensões oclusais. Observou-se que intervenções restauradoras conservadoras podem ser satisfatórias quando há manutenção significativa de estrutura coronária, enquanto abordagens indiretas adesivas com recobrimento de cúspides tendem a apresentar melhor desempenho em dentes com cavidades amplas. Adicionalmente, materiais restauradores reforçados com fibras demonstraram potencial em modificar o padrão de fratura, favorecendo falhas menos destrutivas. Entretanto, persistem relatos de insucesso relacionados à flexão cuspidária excessiva, fraturas radiculares e deficiências no selamento coronário. Assim, pode-se considerar que a definição da estratégia restauradora deve fundamentar-se em critérios biomecânicos e conservadores, considerando as particularidades de cada caso clínico, embora a ausência de protocolos padronizados e a limitação de estudos clínicos de longo prazo indiquem a necessidade de investigações adicionais que fortaleçam a tomada de decisão baseada em evidências.
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