QUEDA LIVRE: UMA EXPERIÊNCIA SEMIPRESENCIAL BASEADA EM PERGUNTAS INVESTIGÁVEIS

Resumo

Durante o ano de 2020, no contexto da pandemia de COVID-19 e sob a modalidade semipresencial, foi desenvolvida uma experiência didática em Física com estudantes do 5.º ano do Ensino Médio em Montevidéu, Uruguai. A proposta, coordenada pela professora Flores e seus estagiários de licenciatura, teve como eixo o estudo do fenômeno da queda livre por meio da formulação de perguntas investigáveis. O trabalho concentrou-se na promoção de competências científicas, tais como a conceitualização de modelos, o desenho experimental, a coleta e a análise de dados e a comunicação de resultados. Em função dos protocolos sanitários que impediram o uso de laboratórios, os estudantes planejaram e realizaram os experimentos em suas casas, utilizando recursos acessíveis. Foram utilizados celulares como cronômetros, réguas métricas e objetos do cotidiano, com registro de dados que posteriormente foram representados em gráficos por meio de softwares como Graph ou Excel. Por meio de atividades presenciais e virtuais na plataforma CREA, aprofundou-se a noção de modelo, especialmente o modelo de partícula, e discutiu-se o contexto histórico-epistemológico do conceito de queda livre. Os estudantes formularam hipóteses, analisaram erros de medição e propuseram melhorias, o que possibilitou o desenvolvimento de habilidades metacognitivas. O processo evidenciou avanços na apropriação conceitual e metodológica por parte dos estudantes, embora tenham persistido desafios na articulação de variáveis e na redação científica. A experiência valida o uso de metodologias de ensino baseadas na investigação e demonstra que o trabalho semipresencial pode transcender o contexto de emergência sanitária, consolidando-se como uma estratégia pedagógica eficaz para promover a autonomia e o pensamento crítico no ensino de Ciências.