REFLEXO OCULOCARDÍACO EM CIRURGIAS OFTÁLMICAS E NÃO OFTÁLMICAS: EPIDEMIOLOGIA, MECANISMOS, PREVENÇÃO E MANEJO
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n55-018Palavras-chave:
Reflexo Oculocardiaco, Anestesia, Procedimentos Cirúrgicos Oftalmológicos, Arritmias CardíacasResumo
Introdução: O reflexo oculocardiaco é uma resposta trigeminovagal que pode ocorrer durante procedimentos oftálmicos e não oftálmicos que envolvam manipulação de estruturas orbitárias, levando à bradicardia, arritmias ou instabilidade hemodinâmica. Sua relevância clínica abrange cirurgias pediátricas e adultas, exigindo estratégias preventivas e terapêuticas coordenadas.
Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar a epidemiologia, os mecanismos, as estratégias de prevenção e as abordagens de manejo do reflexo oculocardiaco em cirurgias oftálmicas e não oftálmicas. Os objetivos secundários incluíram avaliar fatores de risco, comparar técnicas anestésicas, analisar desfechos clínicos, identificar lacunas na literatura e propor implicações para a prática clínica.
Métodos: Foi realizada uma busca sistemática nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane Library, LILACS, ClinicalTrials.gov e ICTRP. Estudos elegíveis incluíram pesquisas em humanos ou animais publicadas nos últimos cinco anos, com extensão para dez anos apenas se menos de dez estudos elegíveis fossem encontrados. Os critérios de inclusão abrangeram estudos observacionais, ensaios randomizados e investigações experimentais que abordassem o reflexo em contextos cirúrgicos. A extração de dados e a seleção dos estudos seguiram as diretrizes PRISMA, com avaliadores independentes examinando o risco de viés por meio dos instrumentos RoB 2, ROBINS-I e QUADAS-2. A certeza da evidência foi classificada utilizando o GRADE.
Resultados e Discussão: Um total de 18 estudos atendeu aos critérios de elegibilidade e foi incluído na análise final. Esses estudos demonstraram coletivamente que a incidência do reflexo varia amplamente de acordo com o tipo de procedimento, faixa etária, profundidade anestésica e técnica cirúrgica. A evidência apoiou a prevenção multifatorial envolvendo anestesia adequada, ventilação otimizada e uso seletivo de anticolinérgicos. Os algoritmos de manejo enfatizaram de forma consistente a interrupção imediata do estímulo desencadeante e a intervenção farmacológica quando necessária. Apesar da heterogeneidade entre os estudos, a certeza geral da evidência variou de baixa a moderada.
Conclusão: As evidências atuais reforçam que o reflexo oculocardiaco permanece um fenômeno clinicamente significativo, exigindo prevenção proativa e reconhecimento intraoperatório rápido. Protocolos perioperatórios padronizados e melhor qualidade metodológica em estudos futuros podem aprimorar a segurança e orientar estratégias individualizadas de manejo baseadas no risco.
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