A SENSIBILIDADE NA MEMÓRIA DE POETAS NEGROS CATARINENSES: A LITERATURA COMO LUGAR DE RESISTÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.064-033Palavras-chave:
Literatura Negra, Resistência, Memória, Identidade RacialResumo
A literatura negra brasileira enfrentou diversos obstáculos para que suas obras tivessem o reconhecimento como produção artística de valor intelectual, em especial se tratando de escritoras. Acompanhando os movimentos antirracistas e feministas a literatura negra desde suas primeiras obras utiliza a palavra como ato de resistência contra o racismo fazendo ecoar essas vozes silenciadas no processo de dominação dos povos de origem africana. Essa pesquisa é o resultado da análise de duas obras de poetas negros catarinenses contemporâneos Iratan Curvello com “Olhar negro” e Edenice Fraga com “Traços de Antonieta”. Ambos assumem sua raça e cor e utilizam de sua poesia para referenciar outros escritores negros militantes da causa abolicionista e da luta contra o preconceito racial. Os poemas têm elementos que fazem menção a tradição oral africana, denunciam as feridas herdadas da escravidão e retratam a mulher negra como guerreira exigindo visibilidade e direitos e também resiliente amparada pela fé. Mapeando os dizeres intrínsecos desses escritores abre-se para uma discussão sobre o lugar de fala de grupos subalternizados gerados no processo histórico do colonialismo e como a literatura negra aflora como um ato político trazendo as sensibilidades dos olhares negros.