AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE BETA-HIDROXIBUTIRATO COMO MARCADOR DIAGNÓSTICO PRECOCE DA CETOACIDOSE DIABÉTICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.028-009Palavras-chave:
Cetoacidose Diabética, β-hidroxibutirato, Ponto de Cuidado, Diagnóstico, Revisão IntegrativaResumo
A cetoacidose diabética (CAD) continua a representar uma urgência metabólica de elevada letalidade quando não reconhecida precocemente. Esta revisão integrativa, conduzida segundo o PRISMA-2020, buscou avaliar a acurácia diagnóstica, o valor prognóstico e as exigências analíticas da dosagem sanguínea de β-hidroxibutirato (BHB) no manejo da CAD. Foram pesquisadas as bases PubMed, Scopus, Web of Science, Embase, SciELO e LILACS (janeiro / 2015 – junho / 2025); 312 registros foram identificados e, após triagem, 5 estudos preencheram integralmente os critérios de inclusão. O conjunto analisado abrangeu ensaios de acurácia, coortes prospectivas e retrospectivas, além de uma revisão sistemática, totalizando mais de 1 200 episódios de CAD. A meta-agregação exploratória de todos os cinco estudos indicou AUC combinada de 0,93 (IC95 %: 0,90–0,96) para o limiar diagnóstico BHB ≥ 3 mmol/L, com sensibilidade e especificidade superiores a 90 %. Em pediatria, corte de 5,3 mmol/L maximizou especificidade (96,4 %), enquanto BHB < 1,5 mmol/L antecipou em média 2,5 h a resolução bioquímica. Em contexto ambulatorial, picos repetidos ≥ 0,8 mmol/L duplicaram o risco de CAD em usuários de inibidores de SGLT2. Estudos metodológicos indicaram que medidores devem operar com coeficiente de variação ≤ 9,1 % para monitorar quedas terapêuticas de 0,5 mmol/L/h. Conclui-se que o BHB é marcador robusto para diagnóstico, desfecho e prevenção da CAD, devendo substituir a cetonúria nos protocolos clínicos e ser integrado a estratégias de telemonitorização.