ABORDAGEM TERAPÊUTICA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS: O PAPEL DA ANTIBIOTICOTERAPIA NO TRATAMENTO CLÍNICO

Resumo

Introdução: As infecções odontogênicas são causas comuns de atendimentos odontológicos emergenciais e podem evoluir para condições graves com risco de disseminação sistêmica. Essas infecções decorrem de cáries não tratadas, periodontites, pericoronarites e complicações pós-procedimentos odontológicos. A abordagem terapêutica baseia-se na remoção do foco infeccioso, aliada ao uso criterioso de antibioticoterapia. O uso indiscriminado de antibióticos pode levar à resistência bacteriana, tornando essencial a prescrição racional baseada em critérios clínicos e diretrizes atualizadas. Objetivo: Este estudo busca analisar a importância da antibioticoterapia no tratamento das infecções odontogênicas, abordando os critérios para sua indicação, os principais fármacos utilizados e as diretrizes para um uso seguro e eficaz. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura com pesquisas nas bases de dados PubMed e SciELO, incluindo estudos publicados entre 1957 e 2025. Foram utilizados descritores indexados DeCs/MeSH relacionados a antibioticoterapia e infecções odontogênicas. Apenas artigos completos em português ou inglês foram considerados, excluindo-se opiniões de especialistas e estudos indisponíveis na íntegra. Resultados: A abordagem primária no tratamento de infecções odontogênicas consiste na remoção da causa e na drenagem cirúrgica. Sendo a antibioticoterapia orientada por um antibiograma; contudo, nos casos em que não há tempo hábil para aguardar os resultados, a prescrição empírica pode ser adotada. Estudos indicam que a prescrição de antibióticos deve ser feita pelo menor tempo possível com base em exames laboratoriais evidenciando a supressão da infecção, após a intervenção cirúrgica. Uma análise mostrou que apenas 12% dos cirurgiões-dentistas prescrevem antibióticos de forma adequada. Além disso, infecções odontogênicas são frequentemente causadas por cocos Gram-positivos (65%) e bacilos Gram-negativos (25%), sendo essencial a cultura microbiológica e antibiograma para a escolha correta do antimicrobiano. Conclusão: O uso racional de antibióticos em infecções odontogênicas é fundamental para garantir a eficácia do tratamento e minimizar a resistência microbiana. A abordagem terapêutica deve priorizar a remoção mecânica da infecção associada a uma antibioticoterapia baseada em critérios clínicos bem definidos. O antibiograma é uma ferramenta valiosa para a seleção adequada dos fármacos, garantindo um tratamento mais eficaz e seguro para os pacientes.