HORMÔNIOS, CÂNCER E EXERCÍCIO FÍSICO: INTERAÇÕES MOLECULARES, RESPOSTAS SISTÊMICAS E PERSPECTIVAS TRANSLACIONAIS
Palavras-chave:
Hormônios, Carcinogênese, Exercício Físico, Microambiente TumoralResumo
O capítulo apresenta uma síntese abrangente das interações entre hormônios, carcinogênese e exercício físico, abordando bases bioquímicas, moleculares e aplicações translacionais. Inicialmente, destaca-se que hormônios esteroides sexuais (estrogênio, testosterona), hormônios metabólicos (insulina, IGF-1) e adipocinas (leptina, adiponectina) desempenham papel central na iniciação e progressão tumoral, modulando proliferação celular, angiogênese, inflamação e microambiente tumoral. A desregulação hormonal — comum na obesidade, sedentarismo e resistência à insulina — favorece o desenvolvimento de tumores, especialmente mama, próstata e cólon. O capítulo também detalha como o exercício físico atua como modulador endócrino e imunometabólico, reduzindo níveis de estrogênio, insulina, IGF-1 e leptina, aumentando adiponectina e estimulando mioquinas anti-inflamatórias. O exercício interfere positivamente em vias como AMPK, mTOR, PI3K/Akt e NF-κB, promovendo efeitos antitumorais diretos e indiretos. Em modelos de câncer de mama, próstata e cólon, a prática regular reduz aromatase no tecido adiposo, melhora sensibilidade à insulina, diminui angiogênese tumoral e favorece a homeostase intestinal. Por fim, o texto reforça a importância do exercício na oncologia moderna, alinhado ao conceito de Exercise is Medicine, destacando sua aplicabilidade na prevenção, controle e reabilitação oncológica, além do potencial para personalização terapêutica baseada em perfis hormonais e metabólicos.