AS DESIGUALDADES SOCIOAMBIENTAIS AO LONGO DOS SÉCULOS NA LOCALIDADE DE TIÁIA E A RESISTÊNCIA DOS SABERES ANCESTRAIS COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Autores

  • Francisco Elvis Dias da Fonseca Autor
  • Danilo Alves do Nascimento Autor
  • Antonio Alves Lustoza Carvalho Autor

Palavras-chave:

Tiáia, Tremembé, Desigualdades Socioambientais, Sesmarias, Saberes Ancestrais

Resumo

A localidade de Tiáia, situada no distrito de Parazinho, município de Granja (CE), com cerca de 1.219 habitantes (IBGE, 2022), possui origem ligada ao povo Tremembé, cujo território começou a ser registrado oficialmente em 1706 com a concessão de sesmarias. O nome, de origem tupi, significa “água azeda” ou “ponta d’água”. Desde o período colonial ela foi marcada pela imposição da lógica cristã e capitalista, que transformou o modo de vida indígena baseado na relação de pertencimento à terra em exploração mercantil, especialmente com pecuária, algodão, sal e carnaúba, consolidando desigualdades socioambientais e a invisibilização dos povos nativos, muitas vezes classificados como “caboclos” nos censos do século XIX. Apesar das perdas territoriais, degradação ambiental e precariedade no acesso a recursos básicos, a comunidade preserva práticas ancestrais de resistência, como a agricultura de subsistência, o manejo sustentável da água e o uso de plantas medicinais, transmitidos oralmente entre gerações. Esses saberes, aliados à forte relação simbólica com a “mãe terra”, funcionam como instrumentos de identidade e resistência frente à exploração capitalista e à homogeneização cultural. Assim, o estudo evidencia que a trajetória histórica de Tiáia é marcada por exclusão, mas também pela continuidade de práticas que reafirmam vínculos comunitários e ambientais.

DOI: https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.090-025

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Publicado

2025-10-27