PLANEAMENTO DE ZONAS DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÕES EM ANGOLA: UMA ABORDAGEM PRELIMINAR
Palavras-chave:
Angola, Zona de Processamento de Exportações, Diversificação Econômica, Integração RegionalResumo
O estudo visa colocar em evidencia não só o modo como, onde e quando se poderá implementar uma ZPE, em Angola, as suas externalidades, mas também a sua viabilidade no âmbito da criação de vantagens competitivas para a economia angolana. A proposta de implementação de uma Zona de Processamento de Exportações em Angola constitui uma estratégia de reestruturação produtiva e diversificação económica, alinhada aos instrumentos de política nacional, médio e longo prazos. Fundamentada em teorias clássicas de pólos de crescimento (Weber, Lösch, Isard, Perroux, Hirschman, North e Christaller), a ZPE visa promover equilíbrio cambial, redução da inflação e incremento da competitividade internacional da economia angolana. O cronograma para a sua implementação prevê três fases entre (2027-2034), com impacto directo sobre o sector agro-industrial e têxtil, especialmente no município do Lobito. As externalidades esperadas abrangem ganhos locais (valorização da produção primária), regionais (integração logística com países da SADC e CEEAC) e internacionais (atracção de capital, tecnologia e mão-de-obra especializada). Em termos económico-financeiros, destaca-se o potencial de arrecadação de divisas, redução da dívida pública e estímulo ao investimento produtivo. Contudo, persistem desafios estruturais a serem ultrapassados na economia angolana, como a debilidade institucional, ausência de um mercado de capitais inclusivo e necessidade de modernização do sistema financeiro. A localização estratégica da ZPE e sua capacidade de induzir a industrialização e a internacionalização empresarial, reforçam sua viabilidade como vector de transformação socioeconómica sustentável para Angola.