INDICADOR DE PONTO CRÍTICO DE SINISTRO COM MORTE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A REDUÇÃO DE ÓBITOS NO TRÂNSITO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-079Palavras-chave:
Segurança Viária, Pontos Críticos, Indicadores de Desempenho, Políticas Públicas, Sistemas SegurosResumo
Apesar dos avanços em pesquisas sobre segurança viária, persistem lacunas na mensuração e no monitoramento dos fatores que determinam os sinistros graves. Este estudo propõe o Indicador de Ponto Crítico de Sinistro de Trânsito com Óbito (IPCO), instrumento destinado a identificar e priorizar segmentos rodoviários com maior concentração de mortes. Foram analisados 2,1 milhões de registros de sinistros ocorridos entre 2007 e 2024 em rodovias federais brasileiras, envolvendo 4,7 milhões de pessoas e resultando em 121.661 óbitos. O estudo também comparou tendências em três grupos de países — nove de maior extensão territorial, nove sul-americanos e 22 europeus — identificando aumento das fatalidades a partir de 2019 e divergências conceituais sobre “ponto crítico” entre instituições nacionais e internacionais. Os resultados evidenciam padrões espaciais e causais distintos que demandam abordagens específicas de engenharia e gestão pública. O IPCO é apresentado como ferramenta de apoio à decisão para otimizar investimentos, direcionar intervenções localizadas e contribuir para o alcance da meta da ONU e do PNATRANS de reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2030.Downloads
Referências
ANDERSON, T. (2009). Kernel density estimation and K-means clustering to profile road accident hotspots. Accident Analysis and Prevention 41 (2009) 359–364. doi:10.1016/j.aap.2008.12.014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aap.2008.12.014
AGOSTINO, R. (2013). Metodologia aplicada pela PRF para identificar trechos críticos em 2013: Disponível em:https://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/12/so-2-rodovias-deixam-lista-dos-100-trechos-mais-perigosos-em-2013.html, obtido em 12/04/2025.
CARVALHO, C. e GUEDES, E. (2023). Balanço da primeira década de ação pela segurança no trânsito no Brasil e perspectivas para a segunda década. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Brasília/DF. Brasil. DOI: https://doi.org/10.38116/ntdirur42-port
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. (2023). Relatório de avaliação sobre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Exercício 2022. Brasília/DF, Brasil: CGU, 2023.
CRISTALDO, H. (2017). Pesquisa da CNT diz que 42,7% das rodovias federais são boas ou ótimas. Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-08/pesquisa-da-cnt-diz-que-427-das-rodovias-federais-sao-boas-ou-otimas#:~:text=%E2%80%9CO%20fim%20da%20desvincula%C3%A7%C3%A3o%20de,adequa%C3%A7%C3%A3o%E2%80%9D%2C%20aponta%20a%20pesquisa.&text=O%20Brasil%20possui%201.720.756,)%20e%20Argentina%20(103%C2%AA). Obtido em 15/03/2025.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA TERRESTRE. (2023). Resolução No 10/2023. Brasília, Brasil: DNIT, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/dnit/pt-br/central-de-conteudos/atos-normativos/tipo/resolucoes/resolucao-no-10-2023. Acessado em 20/05/2025.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA TERRESTRE. (2004). Custos de sinistros de trânsito nas rodovias federais. Instituto de Pesquisas Rodoviárias – IPR/DNIT. Rio de Janeiro/RJ: DNIT, 2004.
DISTRITO FEDERAL. (2020). Plano de Mobilidade Ativa do Distrito Federal. Brasília/DF. 2020. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.semob.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2022/07/caderno-1.pdf . Acessado em: 14/03/2025
ERDOGAN, S, et al. (2008). Geographical information systems aided traffic accident analysis system case study: city of Afyonkarahisar. DOI:10.1016/j.aap.2007.05.004 DOI: https://doi.org/10.1016/j.aap.2007.05.004
FERRIER, K.; SHAHUM, L.; GAG, L. E THOMPSON, S. (2017). Vision, Strategies, Action: Guidelines for an Effective Vision Zero Action Plan. Massachusetts. Estados Unidos da América.
FLETCHER, J.; MITCHELL, B. E BEDINGFELD, J. (2015). Impact on the treatment of critical points of traffic accidents using the Transport and Road Research Laboratory (TRRL). Transport Research Laboraty. Londres. England.
WIJNEN, W. et al (2018). An Analysis of official road crash cost estimates in European countries. Safety Science. https://doi.org/10.1016/j.ssci.2018.12.004 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ssci.2018.12.004
HAKKERT, A.S; GITELMAN, V. e VIS, M.A. (2007). Road Safety Performance Indicators: Theory. Disponível em: https://www.dacota-project.eu/Links/erso/safetynet/fixed/WP3/sn_wp3_d3p6_spi_theory.pdf. Acessado em: 21/04/2025.
HOLLÓ, P.; EKSLER, V. e ZUKOWSKA, J. (2010). Road safety performance indicators and their explanatory value- A critical view based on the experience of Central European countries. Safety Science 48 (2010) 1142–1150. doi:10.1016/j.ssci.2010.03.002 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ssci.2010.03.002
JOHANSSON, R. (2009). Vision Zero – Implementing a policy for traffic safety. Safety Science 47 (2009) 826–831. DOI:10.1016/j.ssci.2008.10.023 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ssci.2008.10.023
MONONEN, P. e LEVIÄKANGAS, P. (2016). Transport safety agency's success indicators – How well does a performance management system perform? Transport Policy 45 (2016) 230–239. http://dx.doi.org/10.1016/j.tranpol.2015.03.015 DOI: https://doi.org/10.1016/j.tranpol.2015.03.015
WIJNEN, W. e HENK STIPDONK. H. (2016). Social costs of road crashes: An international analysis. Accident Analysis and Prevention 94 (2016) 97–106. http://dx.doi.org/10.1016/j.aap.2016.05.005 DOI: https://doi.org/10.1016/j.aap.2016.05.005
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. (2011). Plan Mundial para el Decenio de Acción para la Seguridad Vial 2011–2020. Suíça: ONU, 2011. Disponível em: www.who.int/roadsafety/decade_of_action/. Acessado em: 15/02/2025.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Plano global década de ação pela segurança no trânsito 2021-2030. Suíça: ONU, 2020. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cdn.who.int/media/docs/default-source/documents/health-topics/road-traffic-injuries/global-plan-for-the-doa-of-road-safety-2021-2030-pt.pdf?sfvrsn=65cf34c8_35&download=true. Acessado em: 6/12/2024.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. (2020). Declaração de Estocolmo. Tercera Conferência Ministerial Mundial sobre Seguridad Vial: Alcanzar los objetivos mundiales para 2030. Estocolmo: ONU, 2020. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.roadsafetysweden.com/contentassets/b37f0951c837443eb9661668d5be439e/stockholm-declaration-spanish.pdf. Acessado em: 15/02/2025.
PAPADIMITRIOU, E. e YANNIS, G. (2013). Is road safety management linked to road safety performance? Accident Analysis and Prevention 59 (2013) 593–603. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.aap.2013.07.015 DOI: https://doi.org/10.1016/j.aap.2013.07.015
PEÑA, C; MORI. F; OTTO, G. e TANI, V. (2009). Metodologias para identificação de Segmentos Críticos. Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre – DNIT e Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Brasília/DF. Brasil.
PIANEZZER, T.; BARRETO, C.; TANI, V. e VALENTE, A. (2020). Caracterização dos sinistros rodoviários ocorridos em locais críticos de acordo com o risco associado à rodovia. Manual de Seguranca Viaria. 2° Simpósio de Transportes do Paraná. 3° Seminário em Aeroportos e Transporte Aéreo. Universidade Federal do Paraná – UFPR. Curitiba/PR. Brasil. DOI: https://doi.org/10.5380/2stpr2020.artcomp06p75-86
PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. (2015). Política de Seguranca no Transito de Belo Horizonte. Belo Horizonte/MG. 2015. Disponível em:https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/imagens/authenticated%2C%20editor_a_bhtrans/PoliticadeSegurancanoTransitodeBeloHorizonte.pdf. Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DE CAMPO GRANDE. (2022). Anexo III - Proposição de metas e ações estratégicas revisão do Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana/PDTMU do município de Campo Grande/MS. Campo Grande/MS. 2022. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://diogrande.campogrande.ms.gov.br/download_edicao/eyJjb2RpZ29kaWEiOiI5MzMzIn0%3D.pdf. Acessado em: 08/02/2025.
PREFEITURA DE FORTALEZA. (2019). Relatório Anual de Segurança Viária 2019. Fortaleza/CE. 2019. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://vida.centralamc.com.br/files/annual_reports/Relat%C3%B3rio%20Anual%20de%20Seguran%C3%A7a%20Vi%C3%A1ria%202019.pdf . Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DE MANAUS. (2015). Plano de Mobilidade de Manaus. Manaus/AM. 2015. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www2.manaus.am.gov.br/docs/portal/secretarias/smtu/PlanMobManaus.pdf. Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DE NATAL. (2022). Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Natal. Natal/RN. 2022. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.natal.rn.gov.br/storage/app/media/sttu/planmob/Relatorio_Tecnico_do_Plano_de_Mobilidade_Urbana_do_Municipio_do_Natal.pdf. Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DE PORTO ALEGRE. (2021). Plano de segurança viária sustentável de Porto Alegre. Porto Alegre/RS. 2021. Disponível em: https://prefeitura.poa.br/smmu/plano-de-seguranca-viaria-sustentavel-psvs#:~:text=O%20PSVS%20foi%20elaborado%20ao,de%20longo%20prazo%20at%C3%A9%202030. Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DE RECIFE. (2024). Minuta do Plano de Segurança Viária Revisado de Recife. Recife/PE. 2024. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BBxuSwKC0d5PL2KPzUXy-CQhYzyjHbGB/view?pli=1. Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. (2023). Plano de Segurança Viária do município do Rio de Janeiro/RJ. Rio de Janeiro/RJ. 2023. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cetrio.prefeitura.rio/wp-content/uploads/sites/36/2023/09/Plano-de-Seguranca-Viaria_compressed-1.pdf. Acessado em 13/03/2025
PREFEITURA DE SÃO PAULO. (2019). Plano de Segurança Viária do município de São Paulo/SP. São Paulo/SP. 2019. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cetrio.prefeitura.rio/wp-content/uploads/sites/36/2023/09/Plano-de-Seguranca-Viaria_compressed-1.pdf. Acessado em 13/03/2025.
ESTADO DE SÃO PAULO. (2023). Plano de Segurança Viária 2024-2030. São Paulo/SP. 2023. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.der.sp.gov.br/WebSite/Arquivos/pdf/plano_seguran%C3%A7a_2024_F2.pdf_DER_SP. Acessado em: 15/03/2025.
PREFEITURA DE SÃO PAULO. (2019). Plano de Segurança Viária do município de São Paulo/SP. São Paulo/SP. 2019.
Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cetrio.prefeitura.rio/wp-
content/uploads/sites/36/2023/09/Plano-de-Seguranca-Viaria_compressed-1.pdf. Acessado em 13/03/2025.
RODRIGUES, W. (2016). Acórdão 275/2016 - plenário. Fiscalização de Orientação Centralizada destinada a avaliar se trechos rodoviários apontados pela Polícia Rodoviária Federal como concentradores de sinistros estão em conformidade com as normas do Dnit, especialmente no tocante à sinalização, aos elementos de segurança e à geometria da via. Tribunal de Contas da União (TCU). Brasília/DF. Brasil.
SANTOS, P. et al. (2020). Após 4 anos adotando Sistemas Seguros, Buenos Aires reduz em 33% as mortes no trânsito. Disponível em: https://www.wribrasil.org.br/noticias/apos-4-anos-adotando-sistemas-seguros-buenos-aires-reduz-em-33-mortes-no-transito, Acessado em: 15/04/2025.
SHARIFF, S.; MAAD, H.; HALIM, N. e DERASIT, Z. (2018). Determining Hotspots of Road Accidents Using Spatial Analysis. Indonesian Journal of Electrical Engineering and Computer Science Vol. 9, No. 1, January 2018, pp. 146~151. DOI: 10.11591/ijeecs.v9.i1.pp146-151 DOI: https://doi.org/10.11591/ijeecs.v9.i1.pp146-151
TEŠIĆ, M.; HERMANS, E.; LIPOVAC, K. e PEŠIĆ, D. (2018). Identifying the most significant indicators of the total road safety performance index. Accident Analysis and Prevention 113 (2018) 263–278. https://doi.org/10.1016/j.aap.2018.02.003 DOI: https://doi.org/10.1016/j.aap.2018.02.003
TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU. (2024). Relatório Especial 04 - Segurança rodoviária para alcançar os objetivos, a UE tem de entrar na via rápida. Tribunal de Contas Europeu. Luxemburgo. LUXEMBURGO: TCE, 2024.
VERKEERSONVEILIGHEID, K.; GEURTS, K. e WETS, G. (2003). Black Spot Analysis Methods: py Literature Review. Steunpunt Verkeersveiligheid bij Stijgende Mobiliteit. RA-2003-07
WEGMAN, F. (2017). The future of road safety: A worldwide perspective. IATSS Research 40 (2017) 66–71. http://dx.doi.org/10.1016/j.iatssr.2016.05.003 DOI: https://doi.org/10.1016/j.iatssr.2016.05.003
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (2024). World report on road traffic injury prevention. Suiça: WHO, 2024. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9241562609. Acessado em: 15/02/2025.
YANNIS, G. et al (2013). Road safety performance indicators for the interurban road. Análise e Prevenção de Sinistros 60 (2013) 384–395. http://dx.doi.org/10.1016/j.aap.2012.11.012 DOI: https://doi.org/10.1016/j.aap.2012.11.012