O OLHAR DAS CRIANÇAS AO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL

Resumo

Os anos de 2020 e 2021 foram marcados historicamente pela pandemia causada pela Covid-19. O isolamento social foi decretado em diversos países como medida de contenção da disseminação do vírus, e diversos setores da sociedade buscaram se adaptar ao contexto estabelecido. Diante disto, o setor educacional instituiu o Ensino Remoto Emergencial (ERE) para que as aulas pudessem ser mantidas e os alunos não fossem prejudicados pedagogicamente no ano letivo. O presente estudo, resultante de uma pesquisa de mestrado profissional, se propôs a investigar, sob a ótica das crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, como foram as aprendizagens no período de ERE durante a pandemia. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória. Utilizou-se como procedimentos metodológicos: rodas de conversa, entrevistas semiestruturadas e análise documental. O aporte teórico foi estruturado a partir das contribuições de Corsaro (2011), Moss (2002), Formosinho (2007), Mizukami (1986), Saldanha (2020), Behar (2020) e Bardin (2016).  Os resultados mostraram que as crianças consideraram a experiência do ERE como ruim, de maneira geral, manifestando preferência pelas aulas presencias. Dificuldades com relação à conexão e acesso à internet prejudicaram a qualidade das aulas naquele formato. As aulas em que as crianças manifestaram maior satisfação e interesse estão relacionadas às de conteúdo lúdico. O empenho e dedicação das professoras e famílias foi fundamental para que as crianças pudessem aprender. Constatou-se também aprendizado parcial neste formato de ensino, considerando o contexto estabelecido.