CORPO E RESISTÊNCIA EM A VEGETARIANA, DE HAN KANG: A RECUSA COMO POLÍTICA E AUTONOMIA FEMININA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n9-070Palavras-chave:
Han Kang, Crítica Literária Feminista, Corpo, Patriarcado, ResistênciaResumo
Este artigo analisa o romance A Vegetariana, da autora sul-coreana Han Kang, a partir da crítica literária feminista. Explora o gesto de recusa da protagonista como forma de resistência política silenciosa diante da normatividade de gênero. Ao abandonar o consumo de carne e rejeitar a sexualidade, maternidade e performatividade esperada, Yeonghye encarna uma dissidência corporal em uma cultura patriarcal. Baseado em autoras como Butler, Federici, Cavarero e Foucault, o artigo discute como a protagonista subverte os códigos que regulam o corpo feminino. A literatura, nesse sentido, é entendida como espaço de resistência simbólica. A recusa, aqui, não é ausência, mas linguagem alternativa. Conclui-se que Yeonghye transforma seu corpo em território de resistência ao se retirar da utilidade social e dos papéis normativos.
Downloads
Referências
AFP. (2024). Escritora sul-coreana Han Kang leva o Prêmio Nobel de Literatura. Carta Capital. Disponível em : https://www.cartacapital.com.br/mundo/escritora-sul-coreana-han-kang-leva-o-premio-nobel-de-literatura/
Braidotti R. (2013). The Posthuman. Cambridge: Polity Press
Butler, J. (2020). Corpos que importam: os limites discursivos do" sexo". n-1 edições.
Butler, J. (2018a). Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. Disponível em:http://chaodafeira.com/wp-content/uploads/2018/06/caderno_de_leituras_n.78-final.pdf.
Butler, J. (2018b). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora José Olympio.
Cavarero, A. (1997). Tu che mi guardi, tu che mi racconti (pp. 1-190). Feltrinelli.
Cavinatto, D. D., & Hahn, N. B. (2025). Corpos em Cativeiro:Explorando a Interseção entre a Cultura Patriarcal e o Controle Social do Feminino nos Direitos Humanos. Derecho y Cambio Social, 22(79). DOI: https://doi.org/10.54899/dcs.v22i79.176
Clemens, J., & de Souza, M. (2020). Sobre o não dito do feminino e da maternidade. Psicologia em Revista, 26(2), 641-659. DOI: https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n2p641-659
Colling, L. (2021). O que performances e seus estudos têm a ensinar para a teoria da performatividade de gênero?. Urdimento-Revista de Estudos em Artes Cênicas, 1(40). DOI: https://doi.org/10.5965/1414573101402021e0200
Foucault, M. (2013). Vigiar e punir. Leya.
Kang, H. (2013). A Vegetariana. Trad. de Yun Jung Im. São Paulo: Devir.
Kang, H. (2021). Atos Humanos. Todavia
Lerner, G. (2020). A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. Editora Cultrix.
Maia, S. V. (2019). De Foucault a Butler: identidade (s), performatividade e normatividade de gênero.
Medeiros, M. (2012). Pesquisas de abordagem qualitativa. Revista Eletrônica de Enfermagem, 14(2), 224-9. DOI: https://doi.org/10.5216/ree.v14i2.13628