EDUCAÇÃO SUPERIOR E POVOS INDÍGENAS: DESAFIOS EPISTÊMICOS E POLÍTICAS AFIRMATIVAS NO INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n8-033Palavras-chave:
Educação Indígena, Ações Afirmativas, Ensino Superior, IFMT, Interculturalidade CríticaResumo
Este artigo analisa criticamente o acesso, a permanência e o êxito de estudantes indígenas no ensino superior, com foco no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). A partir de uma abordagem qualitativa, fundamentada em referenciais da pedagogia crítica e das epistemologias decoloniais, o estudo discute os limites das ações afirmativas e propõe caminhos para a construção de uma educação intercultural e antirracista. Considerando que, em 2025, apenas vinte e nove estudantes autodeclarados indígenas estão matriculados no IFMT — sendo dez estudantes no Campus Juína — em um universo de mais de vinte mil estudantes e em um estado com 58.231 indígenas, o artigo denuncia a sub-representação indígena no ensino superior ofertado no Instituto Federal de Mato Grosso. Articulando autores como Paulo Freire, Walter Mignolo, Sonia Nieto, Catherine Walsh, Ailton Krenak, Gloria Anzaldúa e Aníbal Quijano, o texto propõe uma reflexão crítica sobre a colonialidade do saber e a urgência de políticas públicas mais efetivas e culturalmente sensíveis nessa instituição que está inserida em lugares estratégicos para o atendimento da população indígena de Mato Grosso.