ENSINO REMOTO E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: DESAFIOS E SIGNIFICADOS PARA PROFESSORES AUTÔNOMOS DE INGLÊS

Resumo

Este artigo investiga as representações sociais construídas por professores autônomos de inglês acerca do ensino remoto, fundamentando-se na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici. A pesquisa emerge das profundas transformações provocadas pela pandemia de COVID-19, que acelerou a adoção do ensino remoto como alternativa emergencial diante da suspensão das aulas presenciais. Diferenciando o Ensino Remoto Emergencial (ERE), caracterizado como uma adaptação temporária e provisória, da Educação a Distância (EaD), modalidade formal e estruturada, o estudo foca nas experiências específicas dos docentes autônomos — grupo pouco explorado na literatura educacional, que usualmente privilegia contextos institucionais formais. Analisando os desafios enfrentados por esses professores, os significados que atribuem ao ensino remoto e os impactos dessas representações sociais nas práticas pedagógicas, destacamos a influência das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) no cotidiano profissional, ressaltando que o sucesso da mediação tecnológica depende não apenas da infraestrutura, mas também da formação docente, da autogestão e da capacidade de estabelecer vínculos em ambientes virtuais. O artigo evidencia a complexidade da atuação autônoma em contextos digitais, marcada pela necessidade de conciliar competências pedagógicas, habilidades tecnológicas e autonomia profissional. Ao articular teoria e prática, o estudo oferece contribuições relevantes para políticas educacionais e para a formação continuada, valorizando as especificidades e demandas deste segmento profissional. Além disso, amplia o debate sobre inclusão, inovação e autonomia docente no cenário contemporâneo do ensino de línguas, fornecendo uma base sólida para compreender as dimensões sociais e subjetivas do ensino remoto emergencial.