“ENTÃO BORA CONSTRUIR O MUTIRÃO PRA MELHORAR A PRODUÇÃO”: MULHERES, AGROECOLOGIA E TERRITÓRIO NO NORDESTE PARAENSE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-376Palavras-chave:
Mulheres, Ação Local, Opção Agroecológica, R-existência Camponesa, Ecologia Política DecolonialResumo
O trabalho apresenta resultados de pesquisa vivenciada com comunidades camponesas do Baixo Tocantins, na mesorregião nordeste do Pará, entre os anos de 2018 e 2022. Um percurso etnográfico informado, sobretudo, em estudos no campo da ecologia política decolonial permitiu identificar processos de mobilização e ação local pilotados por mulheres a partir de um coletivo de produção agroecológica emergido de uma dinâmica territorial mais ampla. Ao contrário do que ensina a crença no desenvolvimentismo neoextrativista de cuja crítica partimos, o exame das referências empíricas demonstrou que os investimentos das mulheres numa opção agroecológica, por um lado, atualizam a natureza combativa de um campesinato que se reinventa na produção de novos sujeitos sociais e sua incidência na arena pública, por outro, ressignificam a dimensão pedagógica dos movimentos na ação pública territorial que eles articulam, revelando-os como sujeitos educativos da r-existência camponesa. Não obstante, tais dinâmicas restam a exigir um olhar sensível aos novos exercícios de ambientalização e da aprendizagem coletiva que ela proporciona em um contexto marcado por disputas e coexistência de racionalidades.