ROUND ASSISTENCIAL COMO ESTRATÉGIA PARA QUALIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-255Palavras-chave:
Rounds Interdisciplinares, Segurança do Paciente, Comunicação em Saúde, Gestão Hospitalar, Cuidado Centrado no PacienteResumo
Introdução: a segurança do paciente permanece um desafio nos serviços de saúde brasileiros, especialmente em hospitais de pequeno e médio porte situados fora dos grandes centros urbanos. Nesse cenário, destaca-se o round assistencial estruturado como estratégia eficaz para promover a comunicação interprofissional, a integralidade do cuidado e a padronização das condutas clínicas. Inspirado no modelo SIBR, o round propõe a participação ativa das diversas categorias profissionais, com foco na segurança clínica e no planejamento terapêutico individualizado. Objetivo: analisar os efeitos da implementação sistemática do round assistencial interdisciplinar sobre a qualidade do cuidado, a segurança do paciente e a coesão multiprofissional em um hospital de médio porte localizado no interior da região Nordeste do Brasil. Metodologia: estudo descritivo, do tipo relato de experiência, conduzido em hospital de referência na região do Cariri, Ceará, com perfil assistencial misto. Os rounds foram implantados em 2024 e ocorrem de segunda a sexta-feira em dois setores distintos, com participação fixa de médico, enfermeiro e fisioterapeuta, além de nutricionista e farmacêutico clínico. A condução segue a metodologia SBAR (Situação, Background, Avaliação e Recomendações), visando decisões compartilhadas centradas no paciente. Por se tratar de observação acadêmica sem coleta de dados identificáveis, o estudo não demandou submissão ao Comitê de Ética, conforme Resolução nº 510/2016 do CNS. Resultados e Discussão: a adoção do round assistencial resultou em melhorias visíveis na qualidade do cuidado, na integração entre os profissionais e na comunicação clínica. Inicialmente marcada por resistências e entraves logísticos, a prática foi consolidada por meio de estratégias de sensibilização e educação permanente. Observou-se uma reorganização do processo decisório, com superação de condutas fragmentadas e promoção de um ambiente colaborativo, reflexivo e centrado no paciente. A prática fortaleceu a segurança clínica, reduziu riscos assistenciais e impulsionou o uso do Plano Terapêutico Singular. Apesar da ausência de mensuração quantitativa nesta etapa, os resultados qualitativos revelam impacto positivo, alinhando-se à literatura internacional sobre os benefícios dos rounds interdisciplinares. Considerações Finais: a experiência demonstrou que o round assistencial interdisciplinar é uma ferramenta potente de transformação organizacional, promovendo comunicação horizontal, corresponsabilidade e cuidado centrado na pessoa. Trata-se de uma estratégia replicável, de baixo custo e elevada efetividade para a qualificação da atenção hospitalar. Recomenda-se a realização de estudos com delineamentos mais robustos para avaliar seus efeitos quantitativos sobre indicadores clínicos, econômicos e de satisfação do usuário.