QUANDO O PACIENTE PARTE: O LUTO NÃO RECONHECIDO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTEXTO HOSPITALAR
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-220Palavras-chave:
Saúde Mental, Ambiente de Trabalho, Relações Profissional-PacienteResumo
O luto configura-se como um processo natural diante das perdas, contudo, no âmbito da saúde, o sofrimento vivenciado pelos profissionais em decorrência da morte de pacientes tende a ser silenciado e negligenciado. Este relato de experiência descreve a realização de uma oficina em um hospital público do Rio Grande do Sul, cujo objetivo foi promover reflexões acerca do luto não reconhecido entre trabalhadores da saúde. Participaram da atividade 21 profissionais de distintos setores e formações, oportunizando um espaço interprofissional de escuta e partilha. A análise qualitativa dos registros evidenciou três categorias temáticas: luto sentido, relacionado à vivência subjetiva da perda; luto não reconhecido, caracterizado pelo silenciamento institucional e social; e estratégias de enfrentamento, destacando práticas de suporte mútuo e mecanismos de elaboração emocional. Conclui-se que a oficina constituiu-se em um espaço relevante para a expressão dos afetos, ressaltando a necessidade de políticas institucionais que contemplem o cuidado emocional dos profissionais e favoreçam práticas assistenciais mais humanizadas.