PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS TIREOIDIANOS NAS GESTAÇÕES DE ALTO RISCO DE UMA MATERNIDADE PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL E COMORBIDADES ASSOCIADAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-211Palavras-chave:
Hipertireoidismo, Gravidez de alto risco, Trabalho de parto prematuro, Hipotireoidismo, Distúrbios da tireoideResumo
A função tireoidiana é regulada pelo eixo hipotálamo-hipofisário-tireoide. Durante a gestação, ocorrem diversos mecanismos que estimulam esse eixo, podendo desencadear ou piorar os distúrbios tireoidianos maternos e gerar repercussões materno-fetais. O hipertireoidismo é relativamente incomum durante a gravidez, ocorrendo em 0,1 a 0,4% de todas as gestações. O hipotireoidismo, por sua vez, apresenta uma variação geográfica muito ampla na sua prevalência durante a gravidez, de 2,5% a 11%, e é maior em países asiáticos em comparação com países ocidentais. Diante disso, este estudo objetivou avaliar a prevalência dos distúrbios tireoidianos na gestação em um ambulatório de pré-natal de alto risco de um hospital público do Distrito federal durante o período de 2023 e 2024 e a associação desse distúrbio com outras comorbidades maternas. Os resultados encontrados foram uma prevalência de distúrbios da tireoide na gestação de 19,8%, dos quais 15,5% eram hipotireoidismo e, 4,3%, hipertireoidismo. Ao avaliar a associação entre hipotireoidismo e comorbidades apresentadas pelas gestantes, observou-se associação estatisticamente significativa com o diagnóstico de diabetes mellitus gestacional (p = 0,002), de obesidade (p = 0,051) e de histórico de câncer de tireoide (p < 0,001), além de a própria gestação ter se destacado como fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios da tireoide (p < 0,001). Foi possível concluir a importância do rastreio universal dos distúrbios da tireoide, diante de uma desordem com elevados riscos materno-fetais durante o período gestacional.