AS RELAÇÕES ENTRE PÚBLICO E PRIVADO NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-078Palavras-chave:
Público, Privado, Responsabilidade Social, Capitalismo Monopolista, ClientelismoResumo
O presente artigo analisa as relações entre público, privado e responsabilidade social no contexto do capitalismo monopolista brasileiro, sob uma perspectiva teórica. Explora as concepções de Jürgen Habermas e Hannah Arendt sobre a esfera pública, destacando suas diferenças: Habermas a vincula ao Estado burguês e à opinião pública, enquanto Arendt a associa à liberdade e ao espaço comum da polis. No Brasil, a indistinção entre público e privado, marcada pelo clientelismo, patrimonialismo e "cordialidade" (Holanda, 1984), dificulta a construção de uma esfera pública democrática. A privatização de serviços públicos e a desqualificação do espaço público, intensificadas pelo neoliberalismo, favorecem a acumulação capitalista. A responsabilidade social empresarial é vista como uma estratégia de legitimação do capital, que mascara a exploração trabalhista e a exclusão social, promovendo um modelo de filantropia clientelista. O texto defende a retomada da esfera pública como espaço do bem comum, por meio da luta das classes dominadas por cidadania e democracia.