A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL – DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO CURRÍCULO E METODOLOGIAS À LUZ DA LDB
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n4-227Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Currículo Emancipador, Metodologias Críticas, Justiça EducacionalResumo
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), embora prevista pela legislação brasileira como um direito fundamental, ainda enfrenta inúmeros desafios em sua implementação prática, especialmente no que diz respeito ao currículo e às metodologias pedagógicas adotadas nas escolas públicas. Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre os caminhos trilhados pela EJA no Brasil, com base nos marcos legais da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e nas experiências vividas por educadores e educandos em diferentes territórios do país. O objeto de pesquisa concentra-se na análise do currículo e das metodologias utilizadas nos processos de ensino-aprendizagem da EJA, buscando compreender como essas escolhas influenciam – positiva ou negativamente – a permanência, a autonomia e a formação crítica dos sujeitos atendidos por essa modalidade. Assim, parte-se da seguinte pergunta: Como o currículo e as metodologias praticadas na EJA, à luz da LDB, contribuem (ou não) para uma educação emancipadora e inclusiva? Como referencial teórico para ampliar nosso olhar a respeito da EJA foram utilizados os trabalhos de Dewey (1916; 1938; 1997), Gramsci (2011), Freire (1967; 1970; 1985; 1996), Oliveira Lima (1971; 1979), Vygotsky (1978), Knowles (2005), Mezirow (1991), Brookfield (2005), Biesta (2006; 2011), McLaren (2014; 2015), Giroux (2004), Torres (2008; 2013), Saviani (2013; 2018; 2019), Abreu (2014), entre outros. A pesquisa é de cunho qualitativa (Minayo, 2007), bibliográfica (Gil, 2008) e utilizamos a perspectiva compreensiva para realizar a análise (Weber, 1949). Os achados revelaram que a efetivação do direito à EJA requer mais do que a existência de diretrizes legais – demandas práticas curriculares e metodológicas coerentes com a realidade e a diversidade dos sujeitos. A análise demonstrou que, à luz da LDB, ainda predominam desafios relacionados à padronização, à fragmentação e à desvalorização dos saberes populares. Contudo, a partir de uma abordagem crítico-emancipadora, é possível construir um currículo vivo, dialógico e comprometido com a justiça social. A escuta, a participação e o vínculo entre saber escolar e experiência de vida emergem como eixos estruturantes. Assim, a EJA reafirma seu papel político como espaço de transformação.