DISCRIMINAÇÃO RACIAL: PERCEPÇÕES E ATITUDES DE ESTUDANTES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n4-047Palavras-chave:
Discriminação Racial, Estudantes do Ensino Superior, Racismo CotidianoResumo
Os impactos do racismo em contextos como o ambiente escolar, mercado de trabalho e sistema prisional afetam significativamente os jovens negros. Dentro dessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo analisar as experiências de discriminação racial vivenciadas por estudantes de cinco instituições de ensino superior no Estado do Ceará. O estudo integra uma pesquisa mais ampla intitulada “Discriminação Racial e Saúde Mental nas Universidades”, caracterizando-se como uma pesquisa exploratória, descritiva e transversal, com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada com estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação em cinco instituições de ensino superior do Ceará, resultando em uma amostra final de 829 estudantes. O instrumento utilizado foi a "Escala de Discriminação Racial". Os resultados demonstram uma diferença significativa na resposta ao tratamento injusto (p = 0,016), com a maioria dos estudantes tentando reagir à discriminação racial, especialmente os da FIED, com 82,9%. Em relação à preocupação com a injustiça racial no último ano, os estudantes da UVA e da FIED apresentaram os maiores índices, com 73,9% e 73,2%, respectivamente. Quanto à experiência de ter sofrido discriminação racial, os estudantes da UVA e da F5 estiveram à frente das demais instituições, com 34,3% e 30%, respectivamente. Foi constatado que enquanto a maioria dos estudantes da FIED 82,9% e da UVA 77,4% tende a adotar uma postura ativa, tentando reagir ao tratamento injusto, uma proporção considerável de alunos da FLF 42,6% tem a tendência de aceitar essa discriminação como um fato da vida. Esses resultados indicam que existem diferenças na forma como os estudantes percebem e reagem à discriminação racial nas instituições analisadas. Enquanto alguns adotam posturas ativas de enfrentamento, outros tendem a aceitar a discriminação como algo inevitável, refletindo diferentes abordagens frente ao racismo. A preocupação com a injustiça racial é mais pronunciada em algumas instituições, sugerindo que fatores culturais e contextuais desempenham um papel importante na formação dessas percepções.